Um auto-intitulado Grupo de Cidadãos do Sabugueiro (Seia) reclama a criação de infraestruturas turísticas na encosta Norte da Serra da Estrela idênticas às que se encontram na vertente Sul, sobranceira à Covilhã. A exigência consta de um «manifesto turístico para o lado de cá da serra», onde é reclamado que as imediações do Sabugueiro sejam transformadas «numa [zona] homóloga à das Penhas da Saúde».
O porta-voz do grupo de cidadãos, Mário Jorge Branquinho, diz que o Sabugueiro, «enquanto uma das principais portas da Serra da Estrela, deve ser dotado de equipamentos hoteleiros dignos e suficientes, espaços de lazer e motivos de animação e fixação capazes de dar resposta aos milhares de turistas que entram por Seia e pretendem ficar na zona alguns dias». Lamentando o «ar despido das encostas da Serra da Estrela», em grande parte devido aos incêndios florestais, Mário Jorge Branquinho sugere o estudo de locais onde possam ser construídos equipamentos turísticos. A construção de um aldeamento turístico, uma piscina coberta, um parque de campismo, campos de ténis, um hotel de cadeia internacional, um hotel para idosos, a conclusão do parque de merendas e a criação de uma praia fluvial no rio Alva, que atravessa a povoação, são algumas das propostas do grupo. Ainda segundo aquele dirigente, o campo de futebol local, se fosse relvado, poderia oferecer condições para a realização de estágios desportivos de altitude, atendendo a que o Sabugueiro, a aldeia mais alta de Portugal, se situa a 1.150 metros de altitude.
O movimento sugere ainda no manifesto a criação de uma empresa municipal que entre no mercado de aquisição e recuperação de casas velhas do centro da povoação, que «está a ficar deserto e onde há cada vez mais casas à venda», para que, depois de reabilitadas, sejam vendidas «fora dos esquemas especulativos». Mário Jorge Branquinho considera, inclusive, ser possível alargar o âmbito de uma eventual empresa deste género a todas as aldeias do concelho de Seia. Tal como a Câmara Municipal, o Grupo de Cidadãos do Sabugueiro defende a construção de Itinerários Complementares (IC) que liguem Seia a Viseu, a toda a região Norte e a Coimbra. Manifesta-se também confiante de que o facto de Seia ser o terceiro concelho em dimensão na recém-criada Grande Área Metropolitana de Viseu (GAMV) pode fortalecer os interesses dos cidadãos da freguesia numa perspectiva de desenvolvimento regional. O porta-voz do grupo considera a possibilidade de constituição de uma Associação de Desenvolvimento, integrada por vários parceiros, através da qual sejam concretizadas aquelas aspirações.