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Porquê Manuel Alegre

Manuel Alegre nasceu em Águeda, corria o ano de 1936. O seu trisavô preparou a primeira revolta contra D. Miguel e o seu avô materno teve um valioso papel na implantação da República. Seguiu a senda participativa na sociedade da sua família ao opor-se ao regime salazarista e à guerra colonial, quando em 1962 teve de abandonar a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra para cumprir o serviço militar em Angola: criticou a guerra colonial, foi preso pela PIDE (esteve 6 meses encarcerado em Luanda), partiu para o exílio em 1964, foi dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional, trabalhou em Argel (capital da Argélia). Regressa a Portugal após a Revolução dos Cravos, faz parte da Assembleia Constituinte, é deputado na Assembleia da República pelo Partido Socialista (PS).

Em 2004, com 68 anos de idade, candidata-se a secretário-geral do PS com a moção política “Mais igualdade, melhor democracia”. Fá-lo em boa altura, pois o PS e Portugal necessitam dele. Nunca é tarde, a idade não pesa (como alguns querem fazer passar) e o seu projecto é corajoso e inovador. (…) É um homem que não põe em causa o conceito “socialismo”, porque ser socialista é acreditar na justiça social. (…) Manuel Alegre quer um PS novo, aberto e crítico. Um PS capaz apresentar e debater ideias quando se criticam outras. Um PS capaz de ser mais que alternativa, ser solução ao (des)governo PPD/PSD-CDS/PP (…) Manuel Alegre defende o Estado estratega, não um mero árbitro, mas sim um promotor de bens e serviços essenciais, não esquecendo a regulação dos mercados. É apologista do cidadão participante e ciente dos seus deveres na realização do bem comum da sociedade.

(…) Manuel Alegre veio à Guarda no dia 11, numa sessão de esclarecimento aberta não só a militantes, onde se respirou política pelo debate levado a cabo entre a mesa e assembleia, num período superior a três horas, revelador do dinamismo que preconiza para o PS. José Sócrates veio à Guarda dia 14, para um jantar onde apenas falou 15 minutos de uma maneira vaga e ideias no ar, como se fosse um candidato a M, esquecendo-se do essencial: o que quer para o PS.

Júlio Seabra, Guarda

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