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Câmara da Covilhã abre concurso para parceria nas energias

Autarquia pretende ainda que os Serviços Municipalizados sejam transformados em Empresa Municipal

A Câmara da Covilhã deliberou na última terça-feira, em sessão extraordinária do executivo, abrir um concurso a privados para a constituição de uma empresa de capitais mistos no domínio das energias. Segundo Carlos Pinto, trata-se de uma estrutura que poderá fazer «o aproveitamento energético do concelho» através da construção de um sistema de barragens na Cova do Viriato, Ribeira das Cortes e Atalaia/Teixoso, projectos considerado pelo edil como «essenciais para o futuro».

À futura empresa caberá ainda a responsabilidade por todos os equipamentos complementares para o fornecimento de água em alta ao município, nomeadamente através da construção de redes adutoras, reservatórios e mini-hídricas. A maioria entende também que esta poderá ser uma oportunidade para «explorar outras fontes de energia e que se julguem com interesse», acrescenta Carlos Pinto. Do lado da oposição, Victor Pereira, o único presente na reunião, absteve-se alegando não dispor de «documentação suficiente» para tomar uma «decisão em consciência», pois apenas lhe terá sido disponibilizado o aviso que vai ser publicado no “Diário da República” e nos jornais. Por outro lado, a Câmara prepara-se ainda para entregar a gestão dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS) a uma empresa municipal. A ideia é fundamentada pela maioria social-democrata como uma forma de se obterem «maiores vantagens de gestão» e preparar os SMAS «para o futuro, que é cada vez mais exigente em termos de investimento e fornecimento de água de melhor quantidade e melhor qualidade», justificou Carlos Pinto. Uma decisão que contou com o voto contra de Victor Pereira.

O vereador socialista esclareceu nada ter contra as empresas municipais, mas receia que o objectivo da autarquia seja «privatizar os SMAS», recordando que ainda este ano o saneamento em alta foi concessionado à empresa AdS – Águas da Serra, do grupo Somague. Por outro lado, duvida que prevaleça nesta transformação «o interesse público e que os interesses do município fiquem salvaguardados», acrescentando que a empresarialização dos SMAS é um «caminho perigoso». Contudo, a maioria justifica esta transformação com «maior rigor» na gestão, para além da «agilização e celeridade dos procedimentos administrativos». De qualquer modo, a proposta irá à Assembleia Municipal já no próximo dia 23, sendo que o património dos SMAS, que empregam cerca de 250 trabalhadores, passará a constituir o capital social da futura empresa “Águas da Covilhã – Empresa Municipal”, já registada na Direcção-Geral das Autarquias Locais.

Rosa Ramos

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