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Cais de Barca d’Alva ampliado

Estrutura inaugurada em 2002 é «demasiado pequena» para as solicitações dos operadores turísticos no Douro

O cais fluvial de Barca d’Alva, em Figueira de Castelo Rodrigo, vai ser ampliado em mais 60 metros para permitir a acostagem de vários barcos turísticos ao mesmo tempo. A intervenção já está garantida pela Secretaria de Estado dos Assuntos do Mar, que contemplou a concepção do projecto no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) de 2005 com uma pequena verba, esperando a autarquia que a obra possa estar concluída em 2006 ou 2007.

Dada a crescente procura do Douro, o cais, o único do género no Alto Douro, é actualmente «demasiado pequeno» para dar resposta às solicitações dos operadores turísticos durienses, admite António Edmundo, vice-presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, para quem esta infraestrutura «catapultou» o concelho em termos de visitas. O levantamento topográfico da margem a intervencionar foi feito no último Verão, sendo que a empreitada deverá aumentar consideravelmente a dimensão do cais, actualmente com cerca de 120 metros, fluvina incluída, numa obra cujos custos globais ainda não estão contabilizados. «Com esta ampliação está relançada uma nova dinâmica para Barca d’Alva, que era até aqui um cais de chegada dos turistas que entram no Porto ou na Régua. Mas num futuro muito próximo poderá ser um cais de partida para turistas que venham de Madrid e Valladolid», acredita António Edmundo, sublinhando que muitos mais turistas poderão vir ao Douro através de Barca d’Alva quando esta intervenção estiver concluída. «Assim tenhamos boas acessibilidades da fronteira de Vilar Formoso e da auto-estrada até Barca d’Alva, passando por Figueira», reclama.

Este é um ponto que está em cima da mesa há mais de duas décadas e que tem sido recordado recorrentemente ao poder central, chamado a requalificar a EN 221, entre a aldeia ribeirinha e a sede do concelho, considerada «ultrapassada e em más condições de traçado e piso». O projecto está novamente em PIDDAC para o próximo ano. De resto esta aposta na melhoria da infraestrutura portuária pode também contribuir para relançar a reactivação para fins turísticos da velha linha ferroviária do Douro, entre o Pocinho e Barca d’Alva, e sobretudo a adaptação para estalagem do velho edifício da estação de caminhos-de-ferro. Mas a autarquia aguarda ainda ser recebida pela administração da CP e da Refer para abordar o futuro destas duas iniciativas. Recorde-se que o cais turístico-fluvial de Barca d’Alva fica na margem do Douro, numa zona próxima da foz do rio Águeda, que faz fronteira entre Portugal e Espanha. O empreendimento envolveu um investimento de dois milhões de euros, repartido entre a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo e o Instituto de Navegabilidade do Douro, com o apoio da Acção Integrada de Base Territorial (AIBT) do Vale do Côa.

O complexo é constituído por um cais acostável com mais de 90 metros, uma fluvina para 10 pequenas embarcações, um posto de turismo, um bar-restaurante com capacidade para 60 pessoas, um quiosque, uma loja para venda de artesanato e produtos regionais, um anfiteatro e parques de estacionamento para 30 veículos ligeiros e cinco autocarros. Características que têm contribuído para um aumento significativo dos cruzeiros até Barca d’Alva, tendo passado dos dois por semana há dois anos atrás para quase um por dia actualmente. Nesse sentido, as primeiras estimativas da autarquia quanto a um movimento anual de 130 embarcações e um total de 20 mil passageiros/ano estão praticamente ultrapassadas.

Luis Martins

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