Os bombeiros voluntários da Guarda continuam a “desesperar” por novos meios de combate a incêndios e por uma nova força de intervenção. No último domingo, dia em que a corporação comemorou 131 anos, o presidente da Associação Humanitária, Álvaro Guerreiro, defendeu a necessidade de um dispositivo de intervenção permanente.
«A Associação Humanitária entende ser imprescindível que seja atribuído, ao corpo de bombeiros da Guarda, um grupo de intervenção permanente que assegure de forma constante a imediata e primeira intervenção», exigiu. Presente na cerimónia, o secretário de Estado da Protecção Civil, Ascenso Simões, assegurou que terá que haver uma «estreita colaboração» entre a autarquia, a Associação Humanitária e o Governo para que o grupo de intervenção seja criado. E, segundo o governante, faltará apenas «assinar o protocolo» para que no início do próximo ano a equipa esteja no terreno. Álvaro Guerreiro lançou também o desafio da criação de um Parque de Bombeiros e Protecção Civil, onde os serviços ligados ao corpo de bombeiros da Guarda se pudessem concentrar. Para o dirigente, é «incompreensível» que serviços como o CDOS e a Federação de Bombeiros do Distrito se encontrem «dispersos» pela cidade. «Não podemos ficar indiferentes à dispersão física dos equipamentos e dos meios, sendo dificilmente compreensível que estejamos a pulverizar recursos financeiros para suportar o arrendamento dos espaços do CDOS e da Federação. É que nenhum desses espaços satisfazem as necessidades desses serviços», afirmou.
O presidente da Associação Humanitário voltou, também, a reiterar o pedido de uma viatura preparada para intervir em sinistros que envolvam veículos de transporte de matérias perigosas, uma vez que a localização da cidade e a circulação de veículos que transportam esse tipo de matérias é cada vez mais «intenso e a viatura mais próxima está em Coimbra», alertou. Aos jornalistas, o secretário de Estado explicou que este género de equipamentos obedece a um plano de reequipamento e que o dossier está a ser estudado. «Há um carro em Coimbra, mas não há um carro destinado a um só tipo de intervenções na região Centro, por isso temos que ponderar a localização tendo em conta a necessidade de cobrir áreas territoriais mais alargadas», sublinhou. Ascenso Simões garantiu ainda que o Governo irá lançar uma campanha para atrair mais jovens para o voluntariado. «Determinámos o apoio especial de 100 mil euros para fazer, este ano, uma marca importante no voluntariado humanitário dos bombeiros», anunciou. A campanha será lançada em todos os distritos para permitir a captação de mais voluntários para os corpos de bombeiros.
Viatura de combate a incêndios urbanos é «prioritária»
«Tudo o que seja para melhorar a segurança de todos nós é bem-vindo», disse o comandante dos voluntários guardenses em relação à campanha que o Governo tenciona lançar. No entanto, o que mais preocupa Luís Santos é o envelhecimento dos veículos e a falta de meios capazes de responder às mais variadas ocorrências. «A nível de meios humanos estamos bem servidos e não íamos solicitar equipamentos se não necessitássemos e se não tivéssemos pessoas qualificadas para trabalhar com eles», refere. É que o crescimento urbano da cidade preocupa o comandante, isto porque a corporação possui apenas um veículo «com mais de 10 anos» para combater incêndios urbanos. «A estatística diz que temos mais incêndios urbanos pelo que esse veículo é prioritário», sublinha. No entanto, este tipo de viatura pode ascender aos 250 mil euros, pelo que «só o Governo terá capacidade para apoiar financeiramente a aquisição deste equipamento», explica o responsável. Mas Luís Santos conta que também seria “bem-vindo” mais equipamento de desencarceramento uma vez que os automóveis são fabricados com materiais «cada vez mais» resistentes tornando-se mais difícil trabalhar com os actuais meios.
Tânia Santos