António Saraiva quer suceder a José Albano Marques na Federação do PS da Guarda com uma candidatura de continuidade porque «há bom trabalho e todo um percurso desenvolvido nos últimos anos em que o PS saiu vitorioso de vários desafios no distrito da Guarda, pelo que não podemos esquecer este passado».
Contando com o apoio do presidente da Federação, em funções desde 2008 e que não se recandidata, o arquiteto e ex-presidente da concelhia da Guarda foi o primeiro a formalizar a intenção de concorrer às eleições que deverão ocorrer na primeira semana de março e fê-lo na sede da Federação três dias antes do adversário, o senense Eduardo Brito. Perante vários dirigentes e militantes históricos, como Carlos Santos, Santinho Pacheco e José Albano Marques, António Saraiva anunciou alguns dos seus objetivos e projetos, como «lutar» pela conclusão da intervenção prevista no Hospital Sousa Martins e pela modernização da linha ferroviária da Beira Baixa até à Guarda. A construção do IC para ligar Seia e Gouveia «à rede rodoviária nacional», a «efetiva redução» das portagens na A23 e A25 e a «revisão» do fecho dos tribunais de Fornos de Algodres e da Mêda vão ser outras das suas preocupações.
Já as próximas autárquicas serão «o grande desafio» de António Saraiva, que quer constituir «uma grande maioria socialista» nas Câmaras do distrito e recuperar o município da Guarda, perdido em 2013 para o social-democrata Álvaro Amaro. «Vamos criar um grupo de trabalho específico para preparar as autárquicas de 2017», anunciou o candidato, que quer lutar por «um PS unido e coeso» no distrito. Quanto ao seu adversário, António Saraiva saudou o «seu regresso às lides partidárias» e recordou que Eduardo Brito «foi dos que abandonou o barco» quando o PS perdeu as legislativas em 2011. «Faço parte da comissão política da Federação e nunca o vi em determinadas reuniões, a não ser nas últimas», afirmou o candidato. O arquiteto também recordou que, em tempos, o ex-presidente da Câmara de Seia «voltou as costas à Guarda» aquando do referendo sobre a criação das regiões administrativas. «Ao contrário do meu opositor, eu nunca defendi algo para dividir o distrito», criticou António Saraiva.
Com 54 anos, o arquiteto integrou a última lista de Abílio Curto à Câmara da Guarda, presidiu à concelhia local durante dois mandatos e é membro da comissão política da Federação, tendo sido o quarto elemento da lista do PS nas últimas legislativas. Aos jornalistas, o arquiteto aproveitou a ocasião para anunciar que vai voltar à Assembleia Municipal da Guarda em fevereiro, após ter suspenso o mandato.
Luis Martins