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«A manutenção na Liga de Honra é o nosso objectivo»

Cara a Cara

P-Quais são as suas expectativas para a próxima época?

R-O nosso principal objectivo é conseguir a manutenção na Liga de Honra. Pretendemos também colocar o maior número de atletas da região a jogar no clube, colocar uma fasquia elevada em termos de exigência a esses atletas para podermos, aos poucos, construir um futuro para o Sporting da Covilhã. A nossa ideia é apostar fortemente nas camadas jovens e dar-lhes qualidade e, este ano, temos já condições mais que suficientes para isso. Temos que agradecer à Câmara da Covilhã por nos disponibilizar todas as infraestruturas desportivas do concelho para podermos trabalhar para uma maior qualidade e aproveitamento.

P-Mas será possível conseguir essa manutenção com um dos orçamentos mais baixos da Liga de Honra e um plantel reduzido?

R-Estamos neste desafio precisamente por sabermos que isso é possível. Naturalmente que sabemos as dificuldades que nos esperam. Mas temos garantias de conseguir esse desiderato, justamente pela retaguarda que temos e pelas condições que damos neste momento aos jogadores, como as condições físicas para desempenharem o seu trabalho, e o pagamento atempado dos salários.

P-Irá contar na equipa técnica com o apoio de Luciano e de Joanito…

R-O Joanito já desempenha o cargo de adjunto há seis ou sete anos. O Luciano, e embora fazendo parte do plantel como guarda-redes, será o responsável pelo treino dos guarda-redes, tanto na equipa sénior como numa escolinha que vamos formar para futuros jogadores nessa posição. Vamos contar igualmente com Ricardo Ferraz na área física.

P-Esperava por este desafio de comandar a equipa na próxima época?

R-Com toda a honestidade, há um ano não sonhava tão pouco voltar ao Sporting da Covilhã como treinador. Não já para esta época. Mas a vida tem destas coisas. Tenho 46 anos, já vivi uma parte da minha vida, mas nunca acreditei que as coisas se repetissem com esta facilidade. Não sonhava sequer voltar a fazer parte deste clube e, neste momento, sou o responsável máximo pelo plantel, numa divisão onde se exige muito e onde o nível profissional é já muito elevado. Estou surpreendido pelo convite, mas também agradecido e honrado por este projecto de colaboração.

P-Depois do êxito alcançado pelo SCC, tem medo de desiludir os sócios?

R-Não. Este é um processo de continuidade, até porque temos 13 jogadores da equipa do ano passado que já firmaram de novo contrato connosco. Um êxito não obscura o outro. E neste clube já subi e desci de divisão, já estive na I.ª Divisão dois anos. O passado tem o valor que tem, não dá garantias de nada. Mas o nosso projecto é de continuidade e não temos problemas nenhuns em plagiar e continuar tudo o que estiver bem. Temos as nossas convicções e ideias próprias. Vamos trabalhar de acordo com as nossas convicções, com a certeza absoluta que os órgãos de comunicação social e as suas críticas construtivas serão um veículo importante de análise do nosso trabalho diário. Mas também temos a certeza, e queremos transmitir isso, de que não vamos ser comandados de fora para dentro. As nossas convicções são o mais importante de tudo e o futuro a Deus pertence.

P-O facto de contar com a maioria dos jogadores da época passada dá-lhe a garantia de fazer um bom trabalho?

R-Tudo é complexo no futebol. Não há garantias de nada. Não se trata de matemática nem de uma ciência exacta, mas dá-nos uma ajuda importantíssima. Já estamos no terreno a trabalhar para arranjar sete ou oito aquisições para colmatar as falhas que entendemos que o plantel tem e que nos possa dar esse equilíbrio. Não vamos ter um plantel de craques, nenhum é melhor do que o outro. Vamos tentar construir um plantel equilibrado, pois este é um campeonato muito difícil e competitivo. Não tem rigorosamente nada a ver com o campeonato que disputámos na época passada. Prometemos trabalho, dedicação, empenho e muito profissionalismo. Depois, o domingo a domingo nos dirá o que iremos conseguir.

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