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Votação final adiada na Vodrages

João Semedo oferece dois milhões de euros, o dobro da proposta da Beiralã pela têxtil de Seia

Novos aditamentos às propostas de aquisição da Vodrages, têxtil de Seia, motivaram, sexta-feira, a suspensão da Assembleia de Credores, que será retomada esta tarde no tribunal local para a contagem final dos votos.

A Beiralã, uma das empresas interessadas, duplicou a sua oferta e propõe agora ficar com o edifício fabril por cerca de um milhão de euros, enquanto João Semedo, outro concorrente, oferece dois milhões. Já a Engotex não terá alterado a sua proposta inicial e estará, aparentemente, fora da corrida. Os proponentes garantem a manutenção da totalidade dos postos de trabalho existentes aquando do fecho da empresa de Vodra, a poucos quilómetros de Seia, em Janeiro último. Contudo, a Beiralã, têxtil da Covilhã que adquiriu há uns atrás a antiga Fisel, também de Seia, pretende integrá-los de imediato. Por sua vez, João Semedo tenciona reiniciar a laboração com 55 funcionários e empregar os restantes só em Março de 2006. Estes e outros argumentos foram ontem suficientes para alguns pequenos credores votarem. O Ministério Público, por exemplo, que representa as Finanças, votou contra todas as propostas.

Contudo, os representantes de organismos públicos e instituições bancárias, como o IAPMEI e o Montepio Geral, requereram a votação por escrito. Estes votos deveriam dar entrada no tribunal até ontem, para que a contagem se processe hoje e seja encontrado o novo proprietário da Vodrages. De acordo com uma fonte sindical, a Beiralã impõe como contrapartida que a empresa avance com um pedido de falência para apresentar posteriormente um processo de recuperação. Se a sua oferta prevalecer, é igualmente intenção desta têxtil dividir a Vodrages em quatro empresas, de tecelagem, fiação, acabamento e uma última de tinturaria. Rui Cardoso, administrador da Beiralã, anunciou ter já parceiros para cada uma delas, mas recusou revelar mais pormenores.

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