As medidas de confinamento aplicadas nos últimos dias revelam já um impacto na diminuição do número de novos casos de infeção. Numa semana, noticia esta quinta-feira o “Público”, a transmissibilidade do vírus reduziu entre 35 e 40 por cento, apesar do número de internamentos e de óbitos continuar elevado.
Como explica Pedro Simões Coelho, coordenador do projeto “Covid-19 Insights”, ao diário, «a eficácia de um confinamento vê-se pela queda da taxa de transmissibilidade». «Essa taxa é o produto de dois elementos: taxa de contacto – sobretudo representada pela mobilidade – e a probabilidade de transmissão – representada pelas características do vírus e pelas barreiras de proteção que usamos», afirmou.
Esta diminuição do número de novos casos diários verificou-se a partir do momento em que foram reforçadas as medidas restritivas, como o encerramento das escolas, e se registou uma quebra na utilização dos transportes públicos, diminuição da presença nos locais de trabalho e em zonas de restauração. «É raro termos uma situação em que se vê uma causa-efeito tão imediata», sublinha o especialista.
«A alteração das medidas de confinamento, nomeadamente as associadas ao encerramento das atividades escolares presenciais, e a consequente redução de mobilidade terão contribuído para uma diminuição da taxa de transmissibilidade do vírus em 35 a 40 por cento no espaço de uma semana», destacou Pedro Simões Coelho, defendendo que o confinamento deve continuar, sobretudo para diminuir a taxa de mortalidade.