O concelho da Mêda continua a ser o único da área de abrangência da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda sem qualquer caso de infeção com Covid-19.
Quatro meses depois do início da pandemia, o município continua “imune” ao coronavírus, situação que, para Anselmo Sousa, presidente da autarquia, resulta do cumprimento das recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e de terem sido tomadas precauções a nível local. «Houve uma articulação muito grande entre todas as IPSS, a Câmara, a Proteção Civil, a GNR e esta colaboração foi muito importante. Também houve um bocadinho de sorte, há que admiti-lo, mas não deixou de haver um esforço de todos, além de uma divulgação muito grande das medidas a adotar para travar a propagação do vírus», adianta o presidente do município. Na semana passada houve «um pequeno susto», quando uma pessoa natural do concelho, mas não residente, foi testado por ter contactado com um infetado. Contudo, acabou por dar negativo, o que tranquilizou a população.
Anselmo Sousa destaca também o facto do mercado municipal ter estado sempre a funcionar, ao contrário das restantes praças do distrito, que fecharam ao público: «Tomámos todas as medidas. Só entravam 15 pessoas, com máscaras e cumprindo o distanciamento social, temos dispensadores de gel no local. Também os comerciantes cumpriram as regras e, felizmente, tudo correu bem», constata o autarca. Já nos lares do concelho a preocupação foi redobrada, mas, tal como no resto do concelho, o cumprimento rigoroso das medidas da DGS foi determinante. «Quinze dias antes do Governo decretar o fecho dos lares nós já o tínhamos feito porque sabíamos da gravidade da situação. Foi uma decisão difícil, mas hoje familiares e utentes dão-nos razão», reconhece o também provedor da Misericórdia local. Por isso, o responsável agradece o «esforço e dedicação» de técnicos e profissionais da Santa Casa, «que trabalharam doze horas seguidas durante 14 dias e isso exigiu muito deles. Foram inexcedíveis».