Sociedade

Recados, indiretas e elogios no 25 de Abril online da Guarda

Escrito por Jornal O Interior

Foi a primeira vez desde que o PSD é poder na autarquia que todos os partidos representados na Assembleia Municipal puderam falar na sessão solene do Dia da Liberdade, que este ano aconteceu na Internet

A sessão solene comemorativa do 25 de Abril decorreu online na Guarda, com a transmissão dos vídeos das intervenções pré-gravadas do presidente da Câmara, Carlos Chaves Monteiro; da presidente da Assembleia Municipal, Cidália Valbom; e dos líderes dos partidos representados naquele órgão. Foi a primeira desde que o PSD é poder na autarquia que todos puderam falar.
Todos os oradores convergiram na necessidade de união e solidariedade para ultrapassar a crise pandémica e foram também unânimes nos agradecimentos aos profissionais de saúde, autoridades de segurança, bombeiros e às IPSS. «Nesta batalha não há divergências ideológicas, guerras fúteis ou corrida aos holofotes», disse o presidente do município. Para Carlos Chaves Monteiro, «os tempos atuais exigem um reagrupar de forças e ações coletivas não só para preservar as liberdades cívicas e coletivas, mas, com elas e por elas, redefinir prioridades de saúde, segurança e bem-estar de todos».
Cidália Valbom deixou uma «palavra de estímulo» aos empresários da Guarda e seus trabalhadores e sugeriu a criação de uma «plataforma solidária que congregue e motive», envolvendo políticos, empresários, académicos e a sociedade civil para acelerar o «processo tecnológico» no concelho. «Não é mais admissível que os nossos jovens, mesmo que tenham computador, não tenham acesso à Internet. Não podemos permitir que muitas das nossas freguesias não tenham acesso à banda larga ou que tenham em más condições», afirmou a presidente da Assembleia Municipal.
Tiago Gonçalves (PSD) pediu o «apoio de todos» para ultrapassar estes «tempos difíceis» e manifestou confiança no futuro: «As contingências com que nos depararemos em breve constituem também a oportunidade para um novo recomeço e o melhor de cada recomeço é a renovação da esperança», declarou. António Monteirinho (PS) fez uma intervenção mais política e crítica, tendo aproveitado para lembrar a «dedicação e trabalho» dos autarcas socialistas na Guarda, de Vítor Cabeço a Joaquim Valente, passando por Abílio Curto, Maria do Carmo Borges e Álvaro Guerreiro. O deputado foi também o único a evocar os 15 anos do Teatro Municipal da Guarda (TMG), inaugurado a 25 de Abril de 2005. «O TMG permitiu indiscutivelmente que a Guarda se assumisse como cidade de cultura e isso constituiu um dos pontos fortes da candidatura a Capital Europeia da Cultura». Contudo, o socialista constata que o Teatro Municipal tem vindo «a deixar de ser um equipamento cultural de referência» e a sua programação tem vindo «a decrescer em qualidade e quantidade» por falta de «investimento e de atenção» da Câmara.
Por sua vez, Henrique Monteiro (CDS-PP) considerou que o poder local «não pode apenas fingir que existe e a oposição não pode apenas servir para criticar e esperar que aquilo que devia ter corrido bem corra mal», tendo lembrado que algumas das propostas do partido para apoiar as empresas, o comércio e as famílias «nestes tempos difíceis» foram acolhidas pela maioria que governa a Câmara. Marco Loureiro (BE) teve a intervenção mais curta – pouco mais de dois minutos – para elogiar os profissionais da saúde, o SNS e a escola pública «de qualidade». De punho cerrado, o deputado terminou com vivas ao 25 de Abril, à Liberdade e à Guarda. Finalmente, Aires Diniz (CDU) avisou que o país «não precisa da recuperação do discurso que procura justificar o sacrifício do povo e dos direitos dos trabalhadores enquanto se mantêm os privilégios do capital».

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