O Universo começou entre doze e catorze mil milhões de anos atrás e a História da Terra, com mais de 4,6 mil milhões de anos, desde as suas origens, principiou como uma massa rochosa no Sistema Solar. Durante a longa história da Terra, a vida tem-se diversificado em formas cada vez mais complexas e o ambiente tem mudado drasticamente, com especial destaque para o aparecimento do ser humano.
Os cientistas classificam os humanos na subfamília dos Hominídeos, dentro da ordem dos Primatas, que é a ordem que compreende os fémures, társios, e todos os macacos e grandes símios. Hominídeos são os grandes macacos africanos, gorilas e chimpanzés, e os humanos, em conjunto com os seus antepassados imediatos. Há cerca de cinco milhões de anos a linha de evolução que levou ao aparecimento dos humanos separou-se da linha que produziu o nosso parente mais próximo, o chimpanzé. Apareceram muitas espécies de humanos ancestrais e depois extinguiram-se durante aqueles cinco milhões de anos. De todas aquelas espécies só uma sobrevive. O primeiro humano moderno – Homo sapiens – viveu há cerca de 200.000 anos na região agora conhecida como Quénia, na África Ocidental e do Sul, até que há cerca de 100.000 anos se deslocaram para longe “de casa”. Alguns foram para leste, atingindo o Norte da Índia há cerca de 80.000 anos, a China há 60.000 anos, a Austrália há cerca de 40.000 anos e a Sibéria há cerca de 14.000 anos. Outros viajaram para oeste e chegaram à Europa Ocidental há 50.000 anos.
Esta migração trouxe necessariamente adaptações por parte das populações, as quais acarretaram consequências. Quando as pessoas emigram para um país estrangeiro podem precisar de adaptar-se a condições novas e por vezes desafiadoras. Podem precisar de aprender uma língua nova a adaptar-se a convenções sociais, comer alimentos não familiares e proceder a muitas outras mudanças significativas para o tipo de vida que estavam habituados.
Adaptação tem um significado científico semelhante, mas muito mais preciso. Um organismo que possui características físicas que lhe dão uma vantagem sobre outros membros da sua espécie no ambiente particular em que habitam será mais bem-sucedido do que outros. Produzirá melhor descendência, e se os descendentes herdarem essa característica, também eles vão beneficiar das vantagens que ela lhes confere. Estes descendentes estarão mais bem-adaptados ao ambiente do que os indivíduos a quem a característica falta, e a característica fixar-se-á na população. Após algumas gerações os membros dessa população vão possuí-la. Pequenas diferenças que apareçam entre indivíduos resultam de mutações genéticas.
A acumulação gradual destas mutações, ao longo de vários milhões de anos, conduz ao aparecimento de espécies novas. Pequenas diferenças entre populações de organismo conduziram ao aparecimento de espécies novas. Cada organismo individual possui uma pequena diferença e ocasionalmente uma delas permite aos organismos que a transportam produzir mais descendência do que aqueles que a não têm. A diferença torna-se mais difundida na população e pode chegar-se a um ponto em que os organismos que a não têm desaparecem. A subida de nível dos mares, o crescimento de uma linha de montanhas ou qualquer outra barreira física insuperável pode dividir espécies em populações.
Nos dois casos, dois grupos são reprodutivamente isolados e tornam-se espécies separadas. Porque estas espécies continuam a evoluir, as diferenças exteriores entre elas podem aumentar, diminuir ou manter-se as mesmas. Se as diferenças entre espécies relacionadas aumentam, e por isso as espécies passam a ser dissemelhantes, as suas evoluções são ditas divergentes. Se as espécies descendentes são de um antepassado comum e continuam a parecer-se umas com as outras, são um exemplo de evolução paralela.
Pode também suceder que espécies não relacionadas comecem a parecer-se uma com a outra, por vezes tão próximas que se torna difícil considerá-las separadas. Isso é evolução convergente e ocorre quando há organismos que adotam comportamentos de vida semelhantes em ambientes semelhantes. Evolução convergente significa que algumas plantas e animais, em tipos particulares de ambiente, por exemplo em florestas chuvosas, desertos e regiões polares, se assemelham muito a outros noutras partes do mundo, mesmo quando as espécies não estão estreitamente relacionadas.
Neste sentido, podemos concluir que os humanos modernos sofreram todas estas mutações ao longo de toda a sua história.
Por: António Costa