Por experiência própria, conheço a malvadez que impera em diversos serviços públicos em nome de uma burocracia que promove emprego.
No complicar é que está o ganho.
Com bastante sucesso, o Legislador criou a obrigatoriedade do processamento das compras públicas superiores a 5.000 euros através de plataformas eletrónicas, que acedemos através de extensões JAVA, instaladas nos nossos navegadores de internet. E quando questionamos as entidades oficiais sobre a dimensão da imbecilidade, respondem-nos que se trata de garantir a segurança dos atos.
Qualquer concidadão pode registar o seu casamento, os seus filhos ou empresas, sem necessidade de recorrer a tal tecnologia. Mas para submeter uma proposta a um concurso público, a coisa é mais séria.
Quando temos dificuldades em fazer a submissão de documentos que nos habilitam aos concursos públicos, aparecem técnicos dessas plataformas a exigir dinheiro, tal como os agiotas nas salas de casino.
Começam por pedir duzentos euros, e se o cliente for abonado chegam aos mil euros para facilitarem o acesso ao concurso, que é promovido com dinheiro público. Registe-se.
Um regabofe que acompanho com interesse e que tem como regulador uma entidade designado por CEGER, que gere a rede de informação do Governo da República Portuguesa. Lamentavelmente, nem aos emails respondem.
Mas nem só de más notícias vive a República. A ORACLE, entidade responsável pelas obsoletas extensões informáticas, entendeu suspender o produto. O que significa que os sistemas de compras públicas deixam de estar acessíveis por aquela trágica tecnologia. Um passo gigante para a Humanidade.
Por: Frederico Lucas
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