O ex-presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, vai ser julgado pelo crime de difamação agravada contra o seu sucessor, Vítor Pereira. A decisão é do Tribunal da Covilhã e em causa estão declarações proferidas na campanha das últimas autárquicas, que alegadamente denegriram o bom nome do atual presidente da autarquia.
Em 2013, durante a campanha para as autárquicas, Carlos Pinto acusou o cabeça de lista do PS – Vítor Pereira – de ter facultado à Câmara de Lisboa o dossier apresentado pelo município da Covilhã com vista à implementação do Data Center da PT – que abriu na cidade em setembro desse ano. Em setembro passado, o Ministério Público (MP) já tinha acusado Carlos Pinto deste crime por considerar que as declarações foram proferidas perante «cerca de 3.000 pessoas, entre os quais jornalistas representantes de vários órgãos de comunicação social regionais», e que, «ao agir do modo descrito», o antigo autarca estava ciente de que os presentes no comício identificariam Vítor Pereira como o destinatário das afirmações.
«Mais sabia o arguido que as imputações por si proferidas dirigidas a Vítor Pereira eram aptas de ofender a honra, consideração e bom nome do ofendido», refere a acusação, sublinhando que o ex-presidente da autarquia sabia que, pela presença dos jornalistas, as afirmações teriam eco na comunicação social. Nesta altura Carlos Pinto requereu abertura de instrução no processo. O atual primeiro-ministro António Costa, então presidente da Câmara de Lisboa, é um dos nomes arrolados como testemunha de Vítor Pereira.