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«Queremos estar onde somos mais precisos e apoiar as instituições que necessitem»

Cara a Cara – Maria do Carmo Borges

P – Inauguraram recentemente instalações próprias, o que acontece pela primeira vez. O que significam para a delegação da Guarda da Cruz Vermelha?

R – A delegação da Cruz Vermelha já tinha tido sede própria na nossa cidade, mas infelizmente foi vendida pela direção nacional. Desde então foram vários os espaços alugados. Finalmente foi possível, com o empenho de muitos e sobretudo de um grande benemérito, ter as nossas próprias instalações. Este era um sonho de longa data. Era um sonho não apenas da atual direção, mas de todas as que nos antecederam. Coube-nos a nós, transformar este sonho em realidade. É gratificante para todos os voluntários e para todos os que aqui trabalham dar mais de si aos outros com melhores condições. Quando abracei este desafio, fi-lo com o mesmo entusiasmo que encaro tudo o que faço, com humildade, seriedade, tentando deixar marcas para o futuro, obra feita para que os que me venham a suceder possam desenvolver projetos nas melhores condições. Esta sede é para todos os guardenses. Queremos que seja a casa de todos. Queremos que todos aqui se sintam bem. Mas, como é óbvio, estamos centrados nos mais necessitados, são eles que nos guiam, foi por eles que sonhámos e inaugurámos este edifício.

P – Continuam a chegar muitos pedidos de ajuda?

R – Infelizmente, continuamos a ter cada vez mais pessoas, a necessitar o nosso apoio. A crise que tem vindo a afetar o nosso país obriga-nos a ser mais persistentes e criativos no auxílio aos mais carenciados.

P – Neste momento quantas famílias apoiam?

R – É difícil responder a esta questão. Existem cerca de 80 famílias apoiadas regularmente. No entanto, as nossas portas estão abertas a todos, pelo que diariamente fornecemos alimentos, roupa, agasalho e aconchego a muitas mais famílias da Guarda.

P – Quais são os serviços que prestam atualmente?

R – A Cruz Vermelha presta serviços de vários tipos na área da solidariedade social, estando vocacionada prioritariamente para as grandes catástrofes. Como é óbvio, na região da Guarda a oferta tem que ser diversificada. Apoio no combate à violência doméstica, transporte de doentes, distribuição de roupas, distribuição de alimentos, apoio e integração social, apoio escolar, formação na área da saúde e primeiros socorros, apoio a eventos culturais e desportivos, são algumas das atividades desenvolvidas regularmente por esta delegação. Queremos estar onde somos mais precisos e apoiar todas as instituições que necessitem.

P – Quais são as maiores carências da delegação da Cruz Vermelha na Guarda?

R – As maiores carências da delegação são as que afetam de uma maneira geral todas as instituições de solidariedade social. Todo o dinheiro é pouco para apoiar todos os que nos procuram. Apesar de termos um corpo de voluntários extraordinário e dedicado, acolhemos com satisfação todos os que queiram dar o seu contributo.

P – Que projetos estão ou tencionam desenvolver?

R – Com as novas instalações tem sido possível ter novas iniciativas e assim já candidatámos aos fundos comunitários um projeto de apoio aos mais idosos.

Estamos neste momento a trabalhar com outras entidades para futuras candidaturas. Temos outras ambições e iremos procurar apoios para as desenvolver.

Perfil:

Presidente da delegação da Cruz Vermelha da Guarda

Idade: 68 anos

Naturalidade: Folgosinho (Gouveia)

Profissão: aposentada

Currículo: Desde 2012 que preside à delegação da Cruz Vermelha da Guarda, Governadora Civil do Distrito da Guarda de 2005 a 2009, presidente da Câmara Municipal da Guarda de 1995 a 2005, vereadora da mesma autarquia de 1985 a 1995, delegada da Direção Geral dos Desportos de 1983 a 1987, secretária da Junta de Freguesia de Folgosinho (Gouveia) de 1982 a 1985 e professora de Educação Física de 1967 até 1983, tendo ainda exercido os cargos de Diretora da Casa da Cultura e, posteriormente, delegada do FAOJ na Guarda.

Filme preferido: “A vida é Bela”

Livro preferido: “Gente Feliz com Lágrimas”

Hobbies: Brincar e estudar com os netos, ler, conviver com os amigos

Maria do Carmo Borges

Sobre o autor

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