O Vale Glaciário do Zêzere, as minas da Panasqueira ou a Lagoa Comprida são alguns dos cerca de 90 geossítios já inventariados para dar sustentabilidade à candidatura de classificação da Serra da Estrela a Geopark Global da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
«Ainda não podemos divulgar a lista completa porque os locais vão ser objeto de avaliação por parte da equipa técnica e da sua coordenação científica, mas podemos adiantar que a seleção dos geossítios teve por base a sua relevância nacional e internacional, assim como o seu valor científico, educativo e turístico», referem Emanuel de Castro e Gisela Firmino, da equipa que gere o processo. A candidatura da Serra da Estrela a Geopark Global da UNESCO deu mais um passo na quinta-feira, em Seia, com a assinatura de um memorando de entendimento entre nove municípios da região e o Instituto Politécnico da Guarda (IPG). O documento foi rubricado durante a cerimónia da abertura solene do ano letivo do IPG. O projeto envolve o Politécnico e os municípios de Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia, dos distritos de Guarda, Castelo Branco e Coimbra.
Segundo os promotores, este memorandum destina-se à «prossecução da candidatura» e representa «os primeiros alicerces daquilo que virá a ser um novo paradigma para o desenvolvimento» deste território. Este acordo possibilitará a integração, enquanto membro observador, no Fórum Português de Geoparks. Por outro lado, o IPG ficará «mandatado para a constituição da futura estrutura de gestão do Geopark Estrela e o desenvolvimento da candidatura em conjunto com os restantes parceiros», adiantam. O futuro Geopark Estrela, com mais de dois mil quilómetros quadrados e aproximadamente 170 mil habitantes, «mais do que uma classificação a território da UNESCO, consagrará a Serra da Estrela como território de Educação, Ciência e Cultura», sublinha a equipa da Carta Turística.
Contudo, Emanuel de Castro e Gisela Firmino alertam que a candidatura «é um processo complexo e moroso, o qual exige um forte envolvimento político, social e comunitário», encontrando-se atualmente na fase inicial. Até agora foi definido o território do futuro Geopark Estrela e procedeu-se à inventariação preliminar dos Geossítios, tendo-se igualmente iniciado o envolvimento das comunidades neste desafio. «A abordagem e gestão holística do território é a condição determinante para que, definitivamente, se encontrem caminhos válidos de desenvolvimento da região serrana», consideram os responsáveis. A candidatura vai começar a ser elaborada e a sua apresentação formal «não deverá acontecer antes do início de 2017», acrescentam.
Luis Martins