Primeiro-ministro e candidato da coligação “Portugal à Frente” está disponível para organizar uma subscrição pública.
Pedro Passos Coelho garantiu este sábado que está disponível para organizar uma subscrição pública para auxiliar os lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) sem recursos económicos para recorrerem aos tribunais.
«Se não tem dinheiro para ir lá [tribunal] eu organizarei uma subscrição pública para os ajudar a recorrer ao tribunal», disse o primeiro-ministro depois de confrontado por um cidadão que se diz lesado pelo investimento feito em papel comercial do grupo, que faliu há pouco mais de um ano. Estas declarações foram captadas pela TVI 24 durante uma ação de pré-campanha da coligação PSD/CDS-PP, atualmente no poder, no Mercado Municipal de Braga.
«Quando eu morrer é que vou receber», atirou o cidadão, recebendo a seguinte resposta de Passos Coelho: «O senhor tem papel comercial que não é do banco, é do Grupo Espírito Santo (GES) e das empresas do grupo».
O cidadão assegurou ter sido «enganado» e o primeiro-ministro disse-lhe que «há uma entidade que pode resolver isso que é o tribunal», reforçando que ia organizar uma subscrição pública para ajudar os lesados do GES que não têm condições económicas a recorrerem à justiça. O atual chefe do governo insistiu que só nos tribunais é que este problema, que afeta cerca de 2.500 subscritores de papel comercial e cujo valor ultrapassa os 500 milhões de euros, pode ser resolvido.
«Disse eu e o Presidente da República, uma coisa é o Grupo Espírito Santo (GES), outra coisa é o banco. O banco está defendido. A defesa que o Banco de Portugal organizou para o Banco Espírito Santo (BES) foi posta em causa pelos seus administradores e eles vão responder, lhe garanto, em tribunal por isso», afirmou o governante.
Paulo Portas, vice-primeiro-ministro e líder do CDS-PP, acompanhava Passos Coelho nesta iniciativa da coligação. Braga foi a cidade escolhida para começar a “Maratona Portugal à Frente” e quando Pedro Passos Coelho e Paulo Portas chegaram tinham à sua espera uma concentração de professores e antigos clientes do BES.
Os manifestantes, com problemas diferentes e a exigir medidas distintas, juntaram-se numa manifestação em Braga contra o Governo, que acusam de não apresentar propostas nem dar respostas. O grupo de professores exige que sejam revistos os processos de colocação e querem que o Governo dê resposta aos problemas dos docentes não colocados. Os antigos clientes do banco BES, que compraram papel comercial de empresas do GES nos balcões de retalho do banco e não foram reembolsados, voltam hoje a manifestar-se na tentativa de ver resolvidos os seus problemas.
Intitulada “Maratona Portugal à Frente”, a coligação está na estrada a partir de hoje, começando por Braga, mas o arranque do período oficial de campanha vai ser no distrito de Lisboa a 20 de setembro, e o encerramento também será na capital a 2 de outubro.