Metade das vagas ficaram por preencher no Instituto Politécnico da Guarda (IPG) na primeira fase de acesso ao ensino superior. Das 676 vagas iniciais, apenas foram ocupadas 329, sendo que apenas 138 candidatos concorreram para o IPG em primeira opção.
Este ano, apenas dois cursos, num total de 19, ficaram com as vagas totalmente preenchidas: Gestão, onde entraram 41 candidatos, mais um do que as vagas apresentadas, e Enfermagem, que tem 70 novos alunos. Apesar dos resultados serem melhores que na mesma fase do ano anterior, quando sobraram 400 vagas, houve cursos onde não se registaram colocados, como é o caso de Engenharia Civil e Engenharia Topográfica. A média mais alta do Politécnico está em Enfermagem, cujo último colocado entrou com 12,8 valores. Do outro lado da tabela estão Marketing e Deporto com uma média de 9,5 valores. Este ano o IPG teve uma subida de oito por cento nas colocações, sendo que em 2014 ficaram preenchidas 41 por cento das vagas e este ano 49 por cento. «É um resultado que nos deixa, para já, satisfeitos e que vai de encontro às nossas expetativas», considera o presidente do Politécnico.
Para Constantino Rei, «os resultados não são brilhantes, mas são bons e ainda podem melhorar» com a segunda fase do concurso, pois «costumam ser melhores». Os cursos de Farmácia, Desporto e da área de Comunicação ainda não estão lotados e o responsável acredita que o cenário pode ser alterado nas fases seguintes. A «maior surpresa» foi Gestão Hoteleira, na Escola Superior de Turismo e Hotelaria, onde apenas sobraram cinco das 42 vagas apresentadas. Constantino Rei refere ainda que «continua a ser um sistema desequilibrado, onde há mais vagas que candidatos» e por isso será inevitável que sobrem vagas e nisto «os politécnicos são os mais prejudicados». Por enquanto, e mesmo que alguns cursos fiquem com um número reduzido de alunos, está assegurado o funcionamento de todos os cursos apresentados como oferta formativa, uma vez que foram aprovados pela tutela.
Por estes dias, os caloiros chegam ao IPG de várias zonas do país. Uns mais tímidos, outros já conquistados pela Guarda, sabem que a cidade será a sua nova casa durante os próximos anos. Carminda Costa matriculou-se na segunda-feira em Comunicação e Relações Públicas. Vem de Aveiro e apesar da Guarda ter sido a sua primeira opção, confessa que esta foi a primeira vez que esteve na cidade mais alta do país. Já vem avisada do frio que terá de enfrentar, mas não tem dúvidas que é por aqui que passa o seu caminho. «Foi este o curso que sempre quis e não fico muito longe de casa», declarou a O INTERIOR. Por sua vez, Mariana Carvalho é natural do Crato (Alentejo) e tinha a UBI como primeira opção. Quis o destino que fosse colocada na Guarda em Comunicação e Relações Públicas e, «para já, estou a adorar a cidade, tive uma boa receção», garante a estudante. Apesar disso, ainda vai tentar a segunda fase porque Ciências da Comunicação «é mesmo o curso que quero», mas «se não conseguir fico de boa vontade porque a primeira imagem está a ser muito positiva».
Também em Comunicação e Relações Públicas entrou Inês Matos, que confessou não conhecer nada da cidade, mas preferiu trocar Aveiro pela Guarda «para vir à descoberta do desconhecido» e porque «são cidades completamente diferentes». De mais perto é Pedro Correia, que veio de Trancoso e entrou em Comunicação Multimédia. A Guarda já não é desconhecida para si, mas aguarda-o agora uma nova experiência e as expetativas «são as melhores». A bolsa “+ Superior”, atribuída a estudantes do litoral que venham estudar para o interior, foi uma das bandeiras que o IPG usou para captar novos alunos. É o caso de Gonçalo Vieira, para quem este foi um bom motivo para vir estudar para a Guarda, aliado ao facto de considerar que «o curso de Desporto é bom», explica. Não conhece nada da Guarda mas acredita que esta «vai ser uma aventura positiva».
Ana Eugénia Inácio