As obras de remodelação do Hotel Turismo da Guarda, orçadas em cerca de nove milhões de euros, vão ser entregues a privados, mediante um concurso público, anunciou a autarquia. Com esta opção, a Câmara quer poupar dois milhões de euros, correspondentes à sua quota-parte do investimento, já que os restantes sete milhões vêm do SIVETUR – Sistema de Incentivos a Produtos Turísticos de Vocação Estratégica.
«A candidatura para a requalificação do Hotel Turismo em unidade de quatro estrelas está aprovada, há agora que fazer as obras», disse Joaquim Valente no final da última reunião do executivo. Em contrapartida, o município concessionará ao vencedor a exploração do espaço por um período de tempo «ainda a determinar», acrescentou. «No fundo, passamos as nossas responsabilidades em termos da candidatura SIVETUR para o possível vencedor desta consulta, que assumirá também a gestão do hotel», explicou o autarca. Joaquim Valente justificou esta solução com o facto da autarquia «não ter condições para ser promotor turístico, pelo que vai deixar funcionar o mercado e entregar os trabalhos à proposta mais vantajosa». A possibilidade de venda do edifício também não estará descarta, mas tudo vai depender das indicações que saírem dessa consulta. «Vamos optar, seguramente, pela proposta mais vantajosa para o município», afirmou.
Esta decisão significa que o Hotel Turismo vai ter que encerrar a curto prazo para permitir a realização dos trabalhos. Por isso, já estão a decorrer negociações com a actual concessionária, a Predial das Termas de São Pedro do Sul, para cessar a sua exploração. «Fizemos uma proposta para que, em Setembro ou Outubro, pudéssemos iniciar o processo de intervenção no hotel, porque não podemos fazer obras desta envergadura mantendo o hotel a funcionar», confirmou o edil, dizendo-se esperançado num entendimento, mas sem adiantar pormenores. De resto, Joaquim Valente referiu que a Predial das Termas sempre poderá concorrer à consulta pública «em igualdade de circunstâncias» com os restantes interessados. Mas foi parco em palavras quanto ao futuro dos trabalhadores, admitindo apenas que a autarquia vai salvaguardar os seus direitos. «Nesta fase vão ficar no desemprego, mas estou convencido que serão uma mais-valia para uma nova concessão», afirmou.
O autarca acredita que a intervenção deverá estar concluída «em ano e meio», mostrando-se confiante na resolução do diferendo com a concessionária por causa de rendas em atraso desde Maio de 2006, num montante superior a 300 mil euros. Construído na década de 40, o Hotel Turismo foi projectado por Vasco Regaleira e é actualmente um “ex-libris” da Guarda. A sua transformação em unidade de quatro estrelas foi projectada pelo arquitecto João Rafael, que desenhou um “health club”, uma zona de congressos, mais quartos e “suites”, bem como o aumento da zona de estacionamento. Actualmente está em curso a sua classificação como Imóvel de Interesse Nacional, Público ou Municipal pelo IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico).
Luis Martins