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Quartel de Vila Franca das Naves adiado

Governo «não vai apoiar a construção de novos quartéis», disse secretário de Estado da Protecção Civil

Caíram mal, em Vila Franca das Naves, as declarações do secretário de Estado da Protecção Civil, Ascenso Simões, segundo as quais o Governo não vai apoiar a construção de novos quartéis nos próximos tempos. Porém, o comandante dos bombeiros locais avisa que «ninguém vai ficar de braços cruzados» e promete novas acções para que a corporação tenha um quartel novo.

«O secretário de Estado tem dois pesos e duas medidas, porque ainda há tempos foi a Santa Marta de Penaguião (Vila Real), donde consta que é natural, verificar as condições do quartel local e anunciou de imediato a construção de um novo», recorda. Rogério Castela lamenta que o governante ainda não tenha visitado as actuais instalações dos voluntários vilafranquenses, pois «se visse o nosso quartel constataria que não temos condições», garante. Na sua opinião, é «lamentável que todas as entidades convidadas nos últimos seis meses tenham aceite o convite e acabem depois acabem por não vir». No entanto, o comandante avisa que os bombeiros não vão ficar parados. «Se não houver outras decisões ou mudança de políticas, avançaremos com novas acções», insiste. E até já estão a ser planeadas para «depois do período crítico de incêndios», admitiu, escusando-se a revelar mais pormenores. Até lá, as faixas, com as imagens das actuais instalações, vão continuar nos carros de combate, enquanto os “soldados da paz” usam “t-shirts” negras com a frase “Nós também merecemos um quartel” e prossegue o envio de e-mails. «Não vamos fechar a porta, mas também não vamos ficar calados», garante.

Desde 1992 que os bombeiros da Associação Humanitária de Vila Franca das Naves estão instalados num antigo armazém que funciona como quartel improvisado. O espaço possui camaratas feminina e masculina, «mas não temos qualquer privacidade, pois, quando abrimos a porta, quem vai na rua vê tudo o que se passa no interior», afirmou Rogério Castela quando os voluntários lançaram a campanha. Recorde-se que em 1998, ano em que corporação foi homologada, a Associação Humanitária adquiriu um terreno e mandou elaborar um projecto de arquitectura para o desejado quartel, cuja obra está orçada em cerca de 700 mil euros, tendo chegado a ser aprovado pela anterior direcção da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). A corporação conta com 75 bombeiros voluntários e dispõe de três ambulâncias, um veículo de comando e cinco viaturas de combate a incêndios. A sua área operacional abrange as freguesias de Vila Franca das Naves, Granja, Moimentinha, Póvoa do Concelho, Feital e Vilares.

Tânia Santos

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