O aumento de casos de Covid-19 no país e no distrito da Guarda fez regressar as cautelas das pessoas em relação a ajuntamentos e festas. A época natalícia é propícia aos típicos jantares de grupos, equipas e empresas, no entanto a pandemia veio estragar os planos de todos. Ao contrário do que se fazia prever, que a situação estaria controlada e poderíamos viver uma quadra minimamente normal, os jantares de Natal foram, na sua maioria, cancelados nos principais restaurantes da cidade da Guarda.
É o caso do Aquariu’s. Jorge Silva, proprietário do estabelecimento, confirma que a situação epidemiológica fez com que o restaurante tenha neste momento «uma quebra na ordem dos 75 por cento», visto que «os jantares de grupos estão todos cancelados e, no dia a dia, as pessoas agora vêm menos». O gerente acrescenta que o facto de ser exigido o certificado digital de vacinação faz com que «as pessoas só venham porque têm de vir». Segundo Jorge Silva, as pessoas têm receio de frequentar um restaurante porque «acham que são casas cheias de gente, mas a verdade é que os restaurantes são casas com muito pouca gente, aliás, se há locais seguros são os restaurantes porque, além de termos condições para isso, em termos de higiene e segurança, a lotação também é muito menor». Por outro lado, o Aquariu’s sempre manteve a lotação em 50 por cento: «Embora a lei permitisse, nós quisemos manter-nos assim, portanto as pessoas podem vir ao restaurante», afiança Jorge Silva.
Também n’O Mondego já se sentem os efeitos da pandemia. «O que prejudicou mais foi ao nível dos jantares de grupo em dezembro, que era um mês bom. Foi tudo praticamente desmarcado e não tem havido jantares de empresas, nem de grupos de amigos, nada. Poderá ter resistido um ou outro de uma empresa mais pequena, mas tudo o resto foi cancelado», garante Tiago Carvalho, gerente do restaurante. «Quanto aos almoços, neste momento nota-se uma quebra bastante grande devido à exigência do certificado porque ainda existe muita gente que ou não tem ou se esquece, e como não querem fazer teste, acabam por ir embora», adianta ainda o responsável.
Os efeitos da pandemia já não são desconhecidos para Tiago Carvalho: «Começou a notar-se a primeira quebra na altura dos confinamentos e agora com o aumento dos casos na cidade há uma grande quebra. Então com os certificados, com as novas medidas, mais quebra se notou. Ou seja, vai-se caminhando, empurrando, mas está mesmo muito fraquinho», lamenta, receando que o «pior mês» seja janeiro porque «as pessoas se juntam mais nesta época festiva e depois porque acho que o poder económico a partir desse mês vai diminuir».
No Belo Horizonte, segundo o proprietário José Castanheira, «há poucas reservas e das poucas que existiam, algumas delas foram canceladas devido à situação epidemiológica, pois há muitas pessoas que têm de ficar em casa com os filhos ou de cumprir isolamento». O restaurante localizado no centro da cidade tem alguma sorte durante o fim de semana, quando «tem havido bastante gente», no entanto «desses grupos – e nesta altura tínhamos bastantes – há poucos, há pouca gente e são grupos muito pequenos», declara o empresário. Já na Pensão Aliança o próprio restaurante adotou a medida preventiva de não aceitar grandes grupos. «Tínhamos apenas feito a marcação de mesas, e essas não estão a ser desmarcadas porque pertencem a grupos pequenos», afirma Marco Rodrigues. «Relativamente ao restaurante, estamos muito perto da nossa taxa habitual, no entanto temos tido “feedback” de alguns clientes que estão em casa com os filhos porque estão em isolamento, ou também porque têm medo e não têm vindo», acrescenta.
Catarina Reino