Sociedade

Politécnicos podem abrir doutoramentos e vão ser Universidades Politécnicas

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Escrito por Efigénia Marques

A Assembleia da República aprovou, por unanimidade, na passada quinta-feira, a alteração da designação dos Institutos Politécnicos para Universidades Politécnicas e a possibilidade legal de outorga do grau de doutor».
Segundo o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), esta alteração legislativa pretende o «reforço e a clarificação do sistema binário de ensino superior em Portugal». Maria José Fernandes, presidente do CCISP, considera mesmo que «a expressão Universidade é a denominação global comumente aceite», que acaba por mitigar um «estigma social na sociedade portuguesa» face aos Institutos Politécnicos. Para Joaquim Brigas, presidente do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), a alteração desta designação «é desejável para acabar com o estigma do Instituto – como se este fosse um ensino de segunda – quando, na realidade, tem muitas áreas de investigação, ligação à comunidade, trabalho com empresas, entre outros».
O responsável sublinha ainda que os Politécnicos são «grandes promotores do desenvolvimento das regiões em que estão inseridas» e que, portanto, esta mudança pode beneficiar estas instituições em termos de «procura e reconhecimento internacional». O presidente do IPG acrescenta que ainda não se sabe qual será a designação a adotar na Guarda e que essa será uma discussão interna com os órgãos da instituição e com o Conselho Geral do IPG. Joaquim Brigas reforça que o seu «foco continua o mesmo», referindo-se ao «crescimento e desenvolvimento da instituição, à consolidação de um corpo docente e à criação de mais emprego».
Quanto à possibilidade de abrir doutoramentos em Politécnicos, Joaquim Brigas comenta que «não é uma discussão nova», mas que, no IPG, estão a «avançar e fortalecer-se na área do envelhecimento; na área da saúde e da tecnologia». O presidente do Instituto guardense salienta que a «área do envelhecimento é interdisciplinar. Envolve desde a educação à saúde e ao desporto» e acrescenta que esta possibilidade permitirá que «os politécnicos apostem mais na investigação de determinadas áreas». Também o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) manifestou o seu «reconhecimento à confiança depositada pela Assembleia da República Portuguesa pela votação por unanimidade a esta iniciativa legislativa».

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Efigénia Marques

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