Uma comitiva governamental composta por duas ministras e dois secretários de Estado visitou, na última segunda-feira, os terrenos que poderão vir a acolher o futuro Porto Seco da Guarda.
A iniciativa serviu para assinalar, simbolicamente, a publicação em “Diário da República” na sexta-feira da promulgação pelo Presidente da República do decreto-lei que atribui a gestão da Plataforma Rodoferroviária da Guarda à Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL). Por enquanto, a localização alternativa do empreendimento ainda está no segredo dos deuses, mas Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, disse ambicionar que este seja um projeto «que satisfaça as necessidades de toda a população e que seja de grande dimensão» para garantir que é «um projeto de futuro» e da «maior importância» para a região e para o país. A governante adiantou que a comitiva foi ver «alternativas para garantir que o projeto se faz num local adequado e bem acolhido pela população, é sempre essa a nossa preocupação».
A ministra da Coesão Territorial partilha da mesma opinião, pois «não queremos um “portinho”, mas sim um Porto que sirva as Beiras e o interior». Ana Abrunhosa considera ainda que é «um projeto importantíssimo para a Guarda por esta posição geoestratégica única. Temos aqui a confluência das linhas da Beira Baixa e da Beira Alta, temos a A25 que liga diretamente aos portos de Aveiro, Figueira da Foz e de Leixões». A ministra vincou também a ideia de que o local escolhido para albergar o empreendimento terá «de agradar a toda a população». Por sua vez, Sérgio Costa, presidente da Câmara da Guarda, não quis adiantar uma data concreta para o começo das obras, mas garantiu que o processo «passará pelos passos necessários», nomeadamente o «projeto de execução, o novo estudo de impacto ambiental, com o concurso ambiental… Temos que percorrer todos estes passos para que o Porto Seco surja no mais curto de espaço de tempo, em estreita harmonia com as populações locais», disse.
O decreto-lei entrou em vigor no sábado, mas as transferências de bens e de competências para a APDL só entrarão em vigor a 1 de setembro. A decisão vai permitir que seja criado na cidade mais alta um porto seco, cujo conceito legal criado em 2019 «potencia a concentração e o desembaraço das mercadorias que circulam entre armazéns de depósito temporário, aumentando a competitividade dos portos e do setor exportador e importador nacional», lê-se no documento. Da comitiva fizeram ainda parte o secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, e Isabel Damasceno, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).
Carina Fernandes