No dia 30 de junho foi publicada uma portaria em “Diário da República” que dava conta de uma comparticipação de 100 por cento do Estado nos testes rápidos de antigénio (TRAg) de uso profissional. A medida surge numa altura em que a situação epidemiológica em Portugal voltou a agravar-se e é necessário reforçar a testagem da população.
Neste sentido, o Estado assumiu que suportaria os custos inerentes para que os cidadãos possam realizar nas farmácias até quatro testes por mês de forma gratuita. Ao que foi possível apurar, essa decisão ainda não chegou de forma definitiva à Guarda nem a outros pontos do país. «O que aconteceu aqui foi que saiu a portaria, mas não saiu mais nenhuma informação por forma a nós podermos operacionalizar. Portanto, não sabemos como e quando é que conseguimos controlar esta situação», disse a O INTERIOR a farmacêutica Raquel Andrade, responsável na Farmácia Moderna, na Guarda. Já Maria João Grilo, diretora da Farmácia da Sé e representante no distrito da Associação Nacional de Farmácias, acrescentou que este atraso deve-se a questões ao nível da informatização: «Estamos dependentes da empresa informática que está a tratar de todo este processo, pois será o SNS que vai comparticipar com 10 euros por teste a todas as farmácias para que os mesmos fiquem a custo zero para o utente», adiantou.
Neste caso, as farmácias têm continuado a cobrar ao utente um custo até 20 euros por teste, situação que não acontece em Lisboa, o que tem baralhado as pessoas em relação a este assunto. No entanto, tratam-se de situações distintas. «Devido ao agravamento da situação epidemiológica em Lisboa, a autarquia decidiu fazer essa parceria com as farmácias e, portanto, é diretamente entre as farmácias e a autarquia», acrescenta Raquel Andrade. As farmácias continuam preocupadas com toda esta situação, pois «estamos “às escuras”» em relação a este assunto e às questões que levanta. «A primeira coisa que a portaria diz é que o utente pode realizar até quatro testes por mês e o que nós perguntamos é como conseguimos controlar, ou saber, se o utente faz esses quatro testes ou se não faz. Portanto, o utente pode ir pelas farmácias todas e num dia fazer dez testes aqui na Guarda porque nós não temos forma de controlar isso», sublinha Raquel Andrade.
Esta medida do Governo estará em vigor durante um mês, podendo ser realizada consoante os contornos que a pandemia tem no país. Até lá, as farmácias continuarão a realizar os testes com o custo normal e à espera da resolução das questões burocráticas que tardam em aparecer.