A casa onde viveu o escritor Nuno de Montemor (1881-1964), na atual Rua Batalha Reis, na Guarda, está em vias de ser demolida para dar lugar à construção de um edifício residencial.
Os trabalhos de demolição deste e de outro edifício já devolutos avançaram nos últimos dias, mas poderão ser travados pela falta de acordo com os proprietários de dois estabelecimentos comerciais situados no rés-do-chão de um imóvel contíguo. Os donos da “Tasquinha Neto” e da “Funerária Serra” não quiseram prestar declarações a O INTERIOR, no entanto admitiram estarem «preocupados com a situação» e confirmaram não haver «ainda nenhum acordo estabelecido com a empresa» promotora imobiliária. «O assunto está a ser tratado pelo nosso advogado», acrescentou o proprietário da “Tasquinha Neto”.
O projeto imobiliário é promovido pela empresa “Prime Realty – Empreendimentos Imobiliários Lda.”, junto da qual O INTERIOR tentou obter mais esclarecimentos, não tendo sido possível falar com o sócio-gerente até ao fecho desta edição. Nuno de Montemor é o pseudónimo do padre Joaquim Augusto Álvares de Almeida, que nasceu em Quadrazais (Sabugal).
O sacerdote foi muito ligado à Guarda, por laços familiares, mas também por obras de assistência social, tendo fundado, nomeadamente, o Lactário Dr. Proença. Foi poeta, contista, romancista e dramaturgo com sucesso editorial. A sua obra foi estudada fora de Portugal e traduzida para espanhol, francês, italiano e holandês.