Um provedor do munícipe tem como obrigação «ouvir os seus munícipes, habitantes, residentes ou com interesses no concelho, sobre questões que achem por bem levantar tendo em atenção o seu direito á reclamação por um serviço público de qualidade prestado pela respetiva Câmara Municipal». Mas este é um cargo que, em toda a região, apenas existe na autarquia da Covilhã e é desempenhado por Pires Manso, empossado no passado dia 20 de outubro.
Também professor catedrático na Universidade da Beira Interior, José Pires Manso acredita que o seu papel é ser «um mediador entre os munícipes e a autarquia», promovendo a resolução de problemas «que atrapalham esse relacionamento». O docente confessa, no entanto, que não sabe «muito bem quais as razões que me levaram a aceitar este difícil e ingrato cargo», mas considera ser «um imperativo de consciência cívica e de respeito pela CMC e pelos munícipes do concelho». Um cargo que assume por pensar que é necessário «dar voz aos que por vezes se sentem lesados» e consciente de que deve ser «independente» e «equidistante dos partidos e da própria autarquia».
Questionado por O INTERIOR sobre alguma estratégia para desempenhar o cargo, o Provedor do Munícipe reponde que o seu o eixo orientador será o Regulamento do Munícipe, que vai procurar «interpretar» e «respeitar». Garante ainda que irá «estudar todas as participações ou reclamações», bem como quer «contribuir de forma pronta e o mais eficaz possível para a resolução dos diferendos entre os munícipes e a sua autarquia». Pires Manso refere também que quer «ajudar a implementar uma estratégia autárquica de modernização administrativa, baseada na prestação de serviços de qualidade», pois acredita que esta é uma questão que vai «agilizar a interatividade entre os serviços da autarquia e os munícipes». Entre os seus objetivos está também «aproximar e incentivar à participação ativa dos cidadãos na vida pública». Um longo caminho como provedor que o professor universitário espera «cumprir com lealdade».
Empossado há pouco menos de duas semanas e ainda a instalar-se, José Pires Manso ainda não contactou com qualquer queixa, mas adianta que houve já vários cidadãos que se dirigiram «pessoalmente a expor oralmente algumas questões que no seu entendimento carecem de resolução e que irão passar a escrito para posterior apreciação e encaminhamento».
Câmara da Covilhã é a única com Provedor do Munícipe
O cargo é ocupado pelo professor da Universidade da Beira Interior, José Pires Manso