A Câmara da Guarda adquiriu um imóvel, junto à estação de caminhos de ferro, para criar um terminal intermodal para autocarros inter-regionais e transportes urbanos.
O espaço, onde laborou a empresa “Citrobeiras”, na Rua da Veiga, custou 220 mil euros e será um interface preponderante no projeto de mobilidade urbana sustentável que o município está a desenhar. A ideia é fechar a central de camionagem e disponibilizar um meio de transporte até ao Jardim José de Lemos, na zona alta da cidade, «que pode ser elétrico, sustentável, confortável, permanente, mais rápido e barato, eventualmente com situações intercalares em zonas com declives elevados», disse Chaves Monteiro a O INTERIOR, em novembro. Sérgio Costa votou contra, alegando falta de informação sobre o destino do imóvel e também quanto ao valor pago por um edifício «em avançado estado de ruína (…) e que nada mais vale a não ser o terreno em si». O social-democrata acrescenta que um interface do género deve ser «bem pensado e ponderado» e só depois de um serviço de transportes urbanos que «vá de encontro às necessidades» da população.
A Câmara decidiu ainda ceder o terreno onde outrora funcionou centro de exames do IMTT, em Vale de Estrela, à ADM Estrela para esta IPSS desenvolver «vários projetos de apoio a pessoas com deficiência», revelou Chaves Monteiro aos jornalistas, no final da reunião. Contudo, o autarca adiantou que a propriedade do terreno está a ser decidida em tribunal, pelo que a cedência será feita a título provisório até haver sentença. O município deliberou também, por unanimidade, ceder à ACRiGuarda – Associação de Criadores de Ruminantes da Guarda um terreno com cerca de 50 mil metros quadrados, próximo da Quinta da Maúnça, para a instalação de um parque de leilão, feira e exposição de gado.
Mais polémico foi a reclamação da empresa Encosta Tour relativamente ao concurso público de transportes coletivos de passageiros da Guarda. O presidente do município confirmou que a reclamação surgiu após a adjudicação à TRN e que esta empresa não cumpriu o prazo estipulado para constituir uma nova sociedade para o efeito e entregar os documentos correspondentes na Câmara. «Desconhecemos os motivos para tal. A empresa vencedora terá que justificar o sucedido e só depois a Câmara decidirá sobre a caducidade, ou não, da adjudicação», acrescentou.
De resto, Chaves Monteiro adiantou que a Encosta Tour, segunda classificada no procedimento, apresentou um preço «superior em 150 mil euros, para cinco anos, ao do vencedor». O autarca refutou as alegadas irregularidades apontadas pela empresa da Guarda e anunciou que solicitou ao consultor jurídico da autarquia para analisar o que foi dito na comunicação social «agir em conformidade» porque «o que se pretendeu foi criar suspeição sobre este processo», considerou.