Sociedade

A Educação na Guarda é «boa», mas precisa de ser «diferenciadora»

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Escrito por Sofia Pereira

Esta tarde continuam as I Jornadas da Educação, no Teatro Municipal da Guarda, organizadas pelo Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque. As conferências decorrem desde a tarde de sexta-feira e a Educação foi sempre o tema das conversas. Esta noite, no Café Concerto, esteve em debate a Educação enquanto fator de combate ao despovoamento.

Amélia Fernandes, vice-presidente da Câmara da Guarda, foi uma das oradoras neste debate e sublinhou que a «Câmara tem tentado ajudar os alunos nas várias vertentes – tanto em termos de estabelecimentos como condições».

Já Orlando Faísca, presidente do NERGA, diz que «só há sucesso se o ecossistema criar valor, e o ensino é preponderante porque sem conhecimento não há valor». Para isso, Orlando Faísca acredita que o ensino «deve aproximar-se das necessidades das empresas» e pensa já a longo prazo, uma vez que as profissões vão ser «substituídas por outras» e precisamos de estar «aptos para a mudança».

Também entre os oradores na noite de sexta-feira, Joaquim Nércio, presidente da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, começa por localizar a Guarda quanto à sua geografia. «Está a mais de 1000 metros de altitude, é uma cidade fria e envelhecida…», e o presidente da Associação de Pais continua, considerando que «o politécnico pode ser uma âncora de atração e fixação de jovens, mas aquele que era o “Príncipe dos Politécnicos” deixou de ser um “príncipe” e passou a ser “mais um” porque já não somos diferenciadores» no que toca à oferta formativa. Para além disso, e tendo em conta que “interioridade” foi um termo usado durante o debate, Joaquim Nércio faz questão de desabafar que «nós não estamos desequilibrados por ter pouca gente. Lisboa e o restante litoral é que está desequilibrado por ter muita gente». Neste seguimento, é interessante destacar o comentário de Virgílio Bento, antigo professor do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, que acha «estranho haver interioridade em Portugal… que é um país com pouco mais de 200km de largura».

Em representação pelo Instituto Politécnico da Guarda esteve a professora Ana Margarida, diretora da Escola de Tecnologia do IPG que começa por pegar na própria história de vida para apresentar o seu ponto de vista. «Sou a prova que a Educação fixa pessoas. Sou de Oliveira de Azeméis e vim para a Guarda trabalhar. Já são mais de 30 anos e tenho família formada aqui». Ana Margarida admite que há «cerca de 30 anos houve um grande “boom” de entradas no Ensino Superior», mas atualmente são precisos «apoios e condições», principalmente no que concerne à «habitação e transporte». A professora do IPG acredita que se trata de «questões políticas».

Carlos Bombas, presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, na Guarda, pediu a participação do público na reflexão e partilha de opiniões. Carlos Bombas acredita que «a interioridade está nas pessoas» e lamenta que sejam feitos investimentos na educação «para que depois os jovens talentosos saiam do país».

Muitas outras opiniões foram apresentadas pelos oradores deste debate moderado pelo diretor da Rádio Altitude e do Jornal O INTERIOR, Luís Baptista-Martins.

Saiba mais na próxima edição em papel do jornal O INTERIOR.

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Sofia Pereira

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