Já foram retomadas as escavações no sítio do Fariseu, no Vale do Côa, onde foi recentemente encontrada a maior gravura rupestre ao ar livre, um auroque de 3,5 metros.
Os trabalhos tinham sido suspensos em março devido à pandemia da Covid-19 e agora os arqueólogos vão limpar e consolidar os cortes já feitos. «Vamos tapar uma parte rocha para a recolha de sedimentos e continuar com a reconstituição do auroque. É preciso estudar e analisar cada pedaço para reconstituir a sua parte superior, que foi fragmentada com o passar do tempo», adiantou Thierry Aubry (na foto), responsável técnico-científico da Fundação Côa Parque. «O que foi descoberto é apenas uma pequena parte deste sítio arqueológico. No futuro teremos de fazer mais sondagens porque esta rocha não esta sozinha», garante o arqueólogo. Estima-se que a figura descoberta terá cerca de 23 mil anos. Na rocha parcialmente enterrada os arqueólogos identificaram ainda outros animais gravados por picotagem e abrasão: uma fêmea de veado, uma cabra e uma fêmea de auroque, seguida pelo seu vitelo.
Há ainda outro conjunto de gravuras com várias representações de auroques, veados e cavalos, «todos sobrepostos, que se encontram ainda parcialmente sob sedimentos. As figuras parecem fazer parte da fase mais antiga da arte do Côa, datada de há mais de 23 mil anos», considera Thierry Aubry. O sítio do Fariseu situa-se a poucos metros do rio Côa e, dentro em, breve, poderá ser visitado a pé ou de canoa.