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Seia inaugura Centro de Interpretação da República Afonso Costa

Centro Afonso Costa
Escrito por ointerior

Antiga escola primária foi transformada para homenagear um dos “pais” da República, natural de Seia, e promover o estudo e a investigação sobre aquele período histórico

A Câmara de Seia inaugurou na terça-feira o Centro de Interpretação da República Afonso Costa (CIRAC) para homenagear «o maior senense de todos os tempos» e o legado da Iª República.
O espaço situa-se na antiga escola primária Afonso Costa, que foi requalificada para o efeito, na avenida com o mesmo nome, com a missão de promover o estudo e a investigação sobre a República e o legado histórico-político do republicano nascido em Seia em 1871 e falecido em Paris, em 1937. «Pretende-se que seja um espaço de homenagem ao maior senense de todos os tempos, que foi primeiro-ministro e ministro várias vezes, e até o primeiro português a presidir a um órgão multilateral, como foi a Assembleia Geral da Sociedade das Nações», disse Luciano Ribeiro, presidente da Câmara de Seia, a O INTERIOR. O autarca realçou que Afonso Costa foi também «um dos “pais” da implantação da República em Portugal, portanto torna-se justo homenagear e reconhecer um dos senenses mais notáveis da História».
Com este projeto, a presidente do município serrano espera também que os senenses se «inspirem neste exemplo para terem orgulho no seu território, cidade e concelho». Para Luciano Ribeiro, Afonso Costa é a prova que «o interior não é limitação para podermos chegar aos lugares relevantes da discussão do futuro do mundo, como foi o seu caso na Sociedade das Nações». O Centro de Interpretação da República Afonso Costa representa um investimento de mais de 700 mil euros, cofinanciados pelo Centro 2020, e foi projetado para proporcionar «uma viagem imersiva pelo contexto histórico e político da época através de conteúdos interativos, documentos históricos e exposições temáticas», refere o município.
O espaço acolhe uma área evocativa dedicada ao «político e homem» Afonso Costa e outra relacionada com os vários sistemas políticos existentes. Há ainda um espaço reservado a exposições temporárias, sendo que a primeira é dedicada aos cartazes da Iª República. A narrativa expositiva percorre os principais acontecimentos daquele período, desde a sua implantação a 5 de outubro de 1910 até ao golpe militar de 28 de maio de 1926, que ditou o seu fim. «Tivemos várias doações da família de Afonso Costa, de um senense grande admirador de Afonso Costa, o senhor Rui Veloso, e de João George, também apaixonado pela República», adiantou Luciano Ribeiro. Segundo o autarca, há vários documentos históricos e o objetivo é que o CIRAC venha a ser «um centro dedicado ao estudo, em parceria com o ensino superior e investigadores, do legado de Afonso Costa e da importância da República».
«Por outro lado, pretende-se ainda que seja um espaço de debate e de reflexão sobre os sistemas políticos, isto numa altura em que princípios basilares, como a democracia e o sistema republicano, estão a ser ameaçados pelos extremismos», realçou o autarca senense. A inauguração do CIRAC contou com a presença do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco. O Centro de Interpretação da República Afonso Costa resulta de uma parceria entre o município de Seia, a família de Afonso Costa, a Fundação Mário Soares e o colecionador senense Rui Veloso.

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