A esperança regressou à fábrica da Dura Automotive, em Vila Cortês do Mondego (Guarda), após a reunião, na quinta-feira, entre o secretário de Estado da Internacionalização e o número dois da administração da multinacional norte-americana.
«O encontro correu relativamente bem, o responsável da empresa pediu novos elementos ao Estado português, que não nos foram revelados, e ficou agendada nova reunião daqui por umas semanas», disse a O INTERIOR Paulo Ferreira, da comissão de trabalhadores da fábrica de componentes para automóveis situada naquela freguesia do Vale do Mondego. Em cima da mesa estava a necessidade de se encontrar uma alternativa à saída do maior cliente da unidade. Com mais de centena e meia de trabalhadores, a empresa vai perder, a partir de outubro, 60 por cento da sua produção com deslocalização do seu principal cliente para a Índia. «Apesar do desgaste psicológico pela indefinição que se vive, os trabalhadores estão muito confiantes, esperemos é que não sejam desiludidos», acrescenta o seu representante, que quer esperar para ver.
«Não vamos criar cenários hipotéticos, vamos dar ao Governo e à administração da Dura uma oportunidade para mostrar trabalho. No entanto, estaríamos muito otimistas se não fosse eleições, mas vamos esperar», afirma Paulo Ferreira, que chegou à fala com António Costa na sua recente passagem pela Guarda em pré-campanha. «Não se comprometeu, mas terá ficado sensível ao que se passa aqui e vai interceder junto do secretário de Estado da Internacionalização para que haja uma solução», acrescentou o líder da comissão de trabalhadores. Há quinze dias o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu que o Governo «continua empenhado em facilitar a concretização de uma solução» para a Dura e que «os diversos cenários para o futuro» da unidade serão analisados numa reunião com a administração. «O secretário de Estado da Internacionalização e a representação diplomática de Portugal em Washington, nos Estados Unidos da América, realizou uma diligência junto da presidente do Conselho de Administração da Dura Automotive. Do contacto resultou a disponibilidade em analisar, numa reunião, os diversos cenários para o futuro da referida unidade», adiantou a tutela em comunicado.
A Dura Automotive labora desde a década de 90 do século passado nas instalações da antiga FEMSA, em Vila Cortês do Mondego.