O Museu do Côa e o Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) baterem recordes de visitantes este Verão com 20025 entradas em julho e agosto, pulverizando a “marca” alcançada em igual período do ano passado de 14.234 pessoas, que era até então o melhor registo desde a criação do PAVC, em 1996.
O crescimento foi mais notório em agosto, quando houve 11.854 visitantes ao Museu do Côa, um aumento de 90 por cento comparativamente ao mês homólogo de 2019, em que tinha procurado por 6.120 pessoas. «Se a este número juntarmos as 3548 que visitaram o PAVC, verificamos que nesse mês Museu e parque arqueológico foram visitados por cerca de 15400 visitantes, o que dá uma média diária de mais de 500 pessoas», sublinha o presidente da Fundação Côa Parque. Contudo, Bruno Navarro ressalva que nestes dois meses houve um «acréscimo marginal» de 173 visitas ao parque arqueológico, o que justifica com a redução da lotação dos veículos que realizam essas visitas para cumprimento das determinações da Direção-Geral da Saúde (DGS). «Significa, portanto, que para receber um número pouco superior de visitantes tivemos de realizar muito mais visitas», constata o responsável.
Bruno Navarro confirma também a O INTERIOR que houve um crescimento «muito significativo» das receitas, tendo a Côa Parque arrecadado nesses dois meses quase 130 mil euros. Há um ano tinham sido pouco mais de 94.936 euros. Agosto voltou a fazer a diferença: «Passámos de 57.303,89 em 2019 para 90.700,65 euros em 2020, o que representa um crescimento de 58 por cento», refere o presidente da Fundação, que destaca a subida de quase dez mil euros das vendas na loja do museu. «O volume de vendas passou de 9.335,86 euros em 2019 para 19.111,16 em 2020, o que reflete o investimento feito no início do ano em merchandising próprio e o crescimento da oferta de produtos endógenos da região na nossa loja», considera Bruno Navarro. Este desempenho permitiu «corrigir significativamente o enorme défice que vínhamos registando desde março de 2020, nomeadamente nos dois meses em que a instituição esteve encerrada ao público por causa da pandemia», acrescenta.
Pelas contas da Côa Parque, entre março e junho deste ano o volume de receitas próprias foi da ordem dos 36.616 euros, menos 33 por cento comparativamente a 2019, quando foram contabilizados cerca de 112.379 euros. «Esta queda abrupta interrompeu a tendência consolidada de grande crescimento que se vinha a registar desde 2017. No acumulado do ano temos até ao final de agosto um volume de receita própria de 191.313,50 euros, que compara com os 226.435,83 arrecadados no período homólogo, em 2019», indica o presidente da Fundação. Apesar disso, na sua opinião, o número de visitantes reflete «uma tendência generalizada de crescimento do fluxo turístico – maioritariamente nacional – nas regiões do interior, que no caso específico do Vale do Côa foi exponenciado pela visibilidade mediática que tivemos nos últimos meses». O responsável refere-se à descoberta do grande auroque, no núcleo do Fariseu, à homenagem a António Guterres no 10º aniversário do Museu e ao lançamento de novos programas integrados de visita, entre outras iniciativas.
Visitar gravuras a nado
Este mês a Côa Parque propõe aos visitantes uma nova modalidade de circuito pelas gravuras rupestres, desta vez a nado nas águas do rio Côa.
O novo conceito de visitação é denominado “Águas Abertas” e compreende a modalidade de prática efetiva de natação em águas abertas até a locais onde já existem visitas às gravuras em caiaque. A Fundação destaca «a ausência de espírito competitivo, onde o importante é levar as pessoas a conhecer o interior do nosso país e a sua cultura, numa fusão fantástica com a prática de desporto». A primeira visita a nado aconteceu no sábado e um dos locais que podem ser visitados desta forma é o Sítio do Fariseu, onde foi encontrada a maior figura rupestre representativa de um auroque (boi selvagem). O espaço arqueológico do Vale do Côa divide-se em dois eixos fluviais principais: 30 quilómetros ao longo do rio Côa com os sítios da Faia, Penascosa, Quinta da Barca, Ribeira de Piscos, Canada do Inferno; e 15 quilómetros pelas margens do rio Douro nas áreas de Fonte Frireira, Broeira, Foz do Côa, Vermelhosa, Vale de José Esteves e Vale de Cabrões.
(esta notícia foi publicada na versão impressa do INTERIOR com números distintos (a negrito) que foram posteriormente atualizados pela Fundação Côa Parque. Ainda que o motivo da discrepância nos seja alheio, pedimos aos leitores as nossas desculpas)