Região

Linhares da Beira em processo de reclassificação para Monumento Nacional

Castelo
Escrito por Efigénia Marques

Aldeia Histórica do concelho de Celorico da Beira poderá vir a ser classificada como conjunto de interesse nacional

A Direção-Geral do Património Cultural deu início ao procedimento de alteração da área classificada da antiga vila de Linhares da Beira, no concelho de Celorico da Beira, e da sua reclassificação para monumento nacional.
Num despacho publicado em “Diário da República” na passada quarta-feira, o diretor-geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos, determina a abertura do procedimento de alteração da área classificada como conjunto de interesse público e a sua reclassificação para conjunto de interesse nacional/ monumento nacional e de redenominação para “Zona Histórica da Vila de Linhares da Beira”. «A antiga vila de Linhares da Beira, classificada como CIP [conjunto de interesse público], e os imóveis localizados na zona geral de proteção (50 metros contados a partir dos seus limites externos) continuam abrangidos pelas disposições legais em vigor», segundo o documento.
Com o estatuto de Monumento Nacional há um conjunto de obrigações que é necessário cumprir, nomeadamente os materiais usados em reabilitações a realizar na Aldeia Histórica. «Temos que cumprir aquilo que são as exigências que estão ligadas a qualquer Monumento Nacional em termos arquitetónicos, em termos urbanísticos, dos materiais de construção que são utilizados na aldeia, o que significa que todas as aldeias, umas mais do que outras, têm dissonâncias que vão ter de ser tratadas e removidas no futuro», refere Carlos Ascensão, presidente da Câmara de Celorico da Beira e da Associação das Aldeias Históricas de Portugal. E para cumprir esses requisitos «existe colaboração com outras entidades, como por exemplo, a E-Redes», acrescenta.
«Como o próprio nome indica são Aldeias Históricas e, por isso, não faz sentido que nestes núcleos sejam utilizados determinados materiais de construção, determinadas cores, todo um conjunto de atuações que muitas vezes são um atentado aquilo que se procura que seja um padrão comum a todas elas», sublinha o autarca, para quem «preservar é o principal objetivo» desta classificação. Mas, além das obrigações que a distinção vai trazer, Linhares da Beira terá também «mais visibilidade, promoção e dignidade», uma vez que «um Monumento Nacional, pela sua importância, tem os seus privilégios e um conjunto de oportunidades e possibilidades que, não sendo, não tem», nomeadamente o acesso a determinados fundos e apoios.
O processo de classificação de Monumento Nacional abrange as 12 Aldeias Históricas. «Posteriormente, segue-se uma candidatura da rede a património da UNESCO, que é isso que temos no horizonte», lembra Carlos Ascensão.

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Efigénia Marques

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