Região

Comunistas querem ouvir ministro do Ambiente sobre recuperação do PNSE

Escrito por Efigénia Marques

O PCP requereu a audição do ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, sobre a revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), considerando que está «ao abandono» quase um ano após o incêndio que deflagrou na região.
O anúncio foi feito pela líder parlamentar do PCP, Paula Santos, em declarações aos jornalistas no Vale do Beijames, em pleno PNSE, no âmbito das jornadas parlamentares do partido, e pouco depois de ter falado com o presidente da associação de Amigos da Serra da Estrela, José Maria Saraiva. Paula Santos salientou que há «anúncios e promessas» que foram feitos pelo Governo após os fogos do Verão de 2022, mas, no terreno, identifica-se que «não há o investimento que seria necessário» para proceder à recuperação do parque. «É um parque que, na prática, está ao abandono e não há esse acompanhamento por parte do Governo e daqueles que são os organismos que intervêm nesta área. Isto resulta de uma opção política, que não investe em termos de meios, de capacidade e de uma estrutura orgânica», criticou a deputada comunista.
A líder parlamentar destacou em particular o facto de ser necessário maior investimento e reforço dos meios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), lamentando que o parque não tenha uma «direção própria». Também Vladimiro Vale, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, indicou que, atualmente, o PNSE «não tem uma equipa diretiva de gestão do parque», estando toda a gestão dos parques naturais da região centro «concentrada num serviço que funciona na Mata do Choupal, em Coimbra».
Neste contexto, Paula Santos anunciou que o partido vai requerer a audição, na comissão parlamentar de Ambiente e Energia, do ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, para se discutir «a revitalização e a recuperação» do PNSE porque são «necessárias respostas para que haja esta recuperação e para que não seja uma oportunidade perdida». Por sua vez, José Maria Saraiva, presidente da ASE, criticou a «falta de planeamento» que houve desde que o incêndio deflagrou em agosto de 2022, fazendo um balanço «muito negativo» do último ano, e lamentando que os contratos-programa de 8,9 milhões de euros para mitigar os danos ainda não tenham sido revelados. «Nada se alterou. Isto ficou pior: quando se dizia que isto ia ficar melhor – nós já sabíamos que não ia ficar, porque realmente a dimensão é brutal, é dantesca -, mas vai demorar anos, mas anos com cabeça. Porque se não houver cabeça, isto vai ficar pior, e aqui não houve cabeça», criticou.

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Efigénia Marques

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