A recriação do Cerco de Almeida está de volta este fim de semana à antiga praça-forte após dois anos de paragem por causa da pandemia da Covid-19. A 18ª edição do evento começa esta sexta-feira e conta com a diversas atividades histórico-militares e animação até domingo.
Aquela que já é considerada a maior recriação histórica realizada em Portugal
vai envolver 500 recriadores portugueses, espanhóis, franceses e ingleses, que, vestidos a rigor, farão os visitantes recuar até ao ano de 1810. O cerco evoca a capitulação desta fortaleza abaluartada raiana (construída nos séculos XVII e XVIII), a 28 de agosto desse ano, perante as tropas de Massena na terceira Invasão Francesa. Almeida era um sério obstáculo à progressão das tropas de Napoleão, pois a sua estrutura era capaz de suportar um cerco prolongado. O exército anglo-luso contava com o seu valor defensivo, pelo que a praça recebeu obras, reforços humanos e materiais para ganhar o tempo necessário para preparar as operações de defesa subsequentes, mas uma violentíssima explosão no seu paiol principal, a 26 de agosto de 1810, precipitou a sua capitulação.
Duzentos e doze anos depois o trágico acontecimento é evocado na agora Aldeia Histórica, que será palco de uma visita encenada à praça-forte na noite desta quinta-feira. O início oficial das atividades histórico-militares começam na sexta-feira, a partir das 17 horas, com o hastear das bandeiras nos Paços do Concelho, seguindo-se uma hora depois a abertura do mercado oitocentista. Durante os três dias serão recriados diversos combates entre as tropas aliadas e o exército de Napoleão, haverá oficinas e manobras militares de época, visitas encenadas, um acampamento histórico-militar e um baile oitocentista. Da programação destacam-se o espetáculo de fogo e luz na primeira noite (21 horas), a recriação do cerco e explosão do castelo no sábado, que inclui um espetáculo piromusical (23 horas), e as escaramuças no domingo (11 horas).
Este ano haverá ainda uma homenagem ao Exército, presidida pelo vice-Chefe do Estado-Maior do Exército, Tenente-General Guerra Pereira, fruto «do bom relacionamento existente entre o município e o Exército Português graças ao trabalho conjunto do Museu Histórico Militar de Almeida e da Direção de História e Cultura Militar», refere António José Machado, autarca de Almeida, que espera receber «milhares de visitantes» no fim de semana. Esta viagem ao passado termina com uma visita teatralizada ao “quotidiano na praça de Almeida com encontros imaginários pela mão de um forasteiro”, a partir das 15h30.
