Política

O que propõe Beatriz Salafranca (PAN) pelo círculo da Guarda

Beatriz Salafranca
Escrito por Efigénia Marques

Com a campanha para as legislativas a chegar ao fim, O INTERIOR foi ouvir os candidatos pelo círculo da Guarda dos partidos que, tradicionalmente, não elegem deputados. Quase todos responderam a quatro perguntas:
1 – Quais são as suas três principais propostas?

2 – Qual é o maior problema do distrito da Guarda e o que propõe para o resolver?

3 – Como avalia os deputados eleitos pelo círculo da Guarda? e

4 – Por que é que um eleitor deve votar em si?

Faltaram à chamada os cabeças de lista do MPT (Mário Gomes), PTP (António Andrade), R.I.R (Ana Ramos) e MAS (Sílvio Miguel). Já o candidato do Chega (José Marques) manifestou disponibilidade para responder, mas não o fez até à hora do fecho desta edição. Aqui ficam as respostas.

Beatriz Salafranca (PAN)

1 – Para o distrito da Guarda, destacamos as seguintes prioridades:
1) Adotar estratégias regionais e nacionais para o desenvolvimento de uma rede de simbioses industriais entre empresas (geograficamente próximas) de setores-chave para a troca física de materiais, energia, água e/ou subprodutos (resíduos), (…) para obtenção de vantagens competitivas, de melhoria do seu desempenho ambiental e de diminuição dos custos de produção;
2) Atrair e captar pessoas, investindo em medidas propulsoras da natalidade e de combate à desertificação e envelhecimento populacional, assim como à captação de jovens e recursos humanos qualificados – a regulamentação do teletrabalho fará com que jovens e famílias possam viver e trabalhar no interior;
3) Promover a economia circular e a fixação de novas indústrias. A economia tem um papel fundamental na transição ambiental, nomeadamente através da empregabilidade verde.

2 – São a desertificação e o envelhecimento da população. Este flagelo tem de ser combatido com políticas sociais, ambientais, de promoção do desenvolvimento e qualidade de vida nesta zona, tais como:
– um plano nacional de desconcentração territorial que, com base num cronograma e numa rigorosa avaliação de custo-benefício, relocalize, para fora de Lisboa e preferencialmente para o interior, a sede de órgãos de soberania e entidades públicas;
– Defender e apoiar a economia circular com incentivos ao investimento sustentável, fundamental para o desenvolvimento na Guarda. Porém, a transição ambiental deve marcar o passo das alterações climáticas através de uma economia verde e sustentável;
– Fixar os que aqui vivem e acolher quem vem de fora. O teletrabalho traz uma oportunidade inesperada e única para reverter a desertificação e é um recurso fundamental na perspetiva da sustentabilidade, coesão territorial e conciliação familiar. Mas tem de ser acompanhado do investimento em redes de fibra ótica para todas as aldeias e redes de “coworking”.

3 – Em 6 meses pouco se tem ouvido falar da Guarda no Parlamento. Conseguimos perceber a importância que algumas decisões dos últimos dias possam ter trazido à Guarda, caso do Porto Seco, porém, em dois anos de Governo apenas se ouviu falar deste tema um mês antes de novas eleições (…). Infelizmente, vejo os atuais deputados mais preocupados em expor e confrontar as suas divergências partidárias em vez de fazer o que deveriam enquanto eleitos: abordar os problemas do distrito e encontrar soluções. E, obviamente, nem se ouve falar em questões ambientais, a não ser pequenos sussurros em contexto de campanha.

4 – Ouvimos muito os candidatos falarem do país, da região, do interior, mas muito pouco da Guarda. Queremos uma sociedade mais empática, mais consciente, que, em conjunto, assuma a responsabilidade de mudar, que procure o bem comum, um Estado social de direito, o empoderamento das pessoas, que proteja o ambiente e os animais. Que faça uma transição energética e digital que se baseie numa economia de bem-estar e felicidade (…) e que procure contrariar a pobreza energética numa região tão fria como a Guarda, onde tantas pessoas passam frio por não terem possibilidades para aquecer as suas casas. O voto no PAN é o voto num futuro melhor para o nosso distrito, uma visão ecocentrica e social, (…). É votar em mais qualidade de vida, mais saúde, mais tempo para a família. (…).

Sobre o autor

Efigénia Marques

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