Os eleitores do distrito da Guarda deram a Marcelo Rebelo de Sousa um dos seus melhores resultados nas Presidenciais de domingo. Contudo, a performance foi ensombrada pela abstenção, de 62,59 por cento, que também foi uma das mais elevadas do país. Em 2016 tinha sido de 56,38 por cento. André Ventura foi o segundo candidato mais votado e “furou” a tradição do eleitorado guardense se dividir entre socialistas e sociais-democratas.
Sem surpresas, os quase 148 mil eleitores votaram maioritariamente na reeleição do Presidente da República, que obteve 64,04 por cento dos votos. Marcelo fez o pleno nos 14 concelhos do distrito e conseguiu o seu melhor resultado em Aguiar da Beira, onde recolheu 68,11 por cento dos votos. Já a votação mais baixa, de 61,33 por cento, aconteceu na Guarda. No total, Marcelo Rebelo de Sousa registou 34.582 votos, menos 7.505 que nas eleições de 2016. A surpresa da noite foi protagonizada por André Ventura, com uma votação de 14,33 por cento. O candidato do Chega foi segundo em doze dos 14 municípios do distrito da Guarda e teve a sua melhor performance eleitoral (16,78 por cento) em Figueira de Castelo Rodrigo, enquanto na sede do distrito alcançou os 15,31 por cento. No domingo, André Ventura, o único candidato presidencial que veio à Guarda durante a campanha, obteve 7.737 votos.
Foram mais 2.100 que Ana Gomes, a terceira mais votada no distrito da Guarda. A militante socialista sofreu na pele o distanciamento do PS, que não a apoiou, num distrito onde o partido reparte com o PSD o domínio eleitoral. Ana Gomes conseguiu 10,44 por cento dos votos e só em Gouveia (12,09) e Manteigas (12,78) foi a segunda mais votada e teve os melhores resultados. Na Guarda, Ana Gomes ficou-se 11,71 por cento, quase menos quatro por cento que André Ventura. Com 3,47 por cento, a bloquista Marisa Matias surge no quarto lugar e protagonizou uma queda abrupta face a 2016, quando obteve 8,78 por cento e 6.316 votos. Cinco anos depois, a eurodeputada só cativou 1.874 eleitores – mais 64 que o independente Vitorino Silva. O popularmente conhecido Tino de Rans foi outro protagonista da noite eleitoral no distrito da Guarda, uma vez que foi o quarto mais votado em oito concelhos (Aguiar da Beira, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda, Sabugal, Trancoso e Vila Nova de Foz Côa). No total, Vitorino Silva conseguiu 3,35 por cento dos votos.
João Ferreira, candidato do PCP, não foi além dos 2,46 por cento com 1.328 votos, um resultado insignificante para a implantação do Partido Comunista na região, onde tem vindo a perder sucessivamente eleitores nos últimos atos eleitorais. Sinal dos tempos, João Ferreira até na Guarda foi ultrapassado por Vitorino Silva, tendo obtido o melhor resultado em Seia (3,37 por cento). Por último, Tiago Mayan Gonçalves foi o menos votado dos sete candidatos no distrito da Guarda. Com 1,91 por cento e 1.030 votos, o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal conseguiu a melhor votação em Manteigas (3,13).
O distrito da Guarda tinha 147.960 eleitores inscritos para votar nas Presidenciais. São menos 15.306 pessoas do que nas eleições de 2016, quando estavam recenseados 163.266.