O Bloco de Esquerda (BE) recandidata Jorge Mendes à Câmara da Guarda «contra o medo e o conformismo» e para resolver «os problemas concretos» das pessoas. O antigo presidente do Politécnico da Guarda e atual líder distrital do partido foi apresentado no domingo, numa sessão em que participou Catarina Martins, coordenadora nacional do BE.
Quatro anos depois, Jorge Mendes insiste que o voto no Bloco «fará toda a diferença» num concelho governado pelo PS e mais recentemente pelo PSD. «É tempo da Guarda mudar de políticos e de protagonistas», considerou, afirmando que o BE será «uma força decisiva» para o novo ciclo autárquico que se avizinha. «É urgente mudar de políticas e ensaiar novas respostas para a defesa dos direitos sociais, para combater o despovoamento, as desigualdades reforçando os serviços públicos, para a educação, cultura e igualdade», elencou o candidato. Na sua opinião, o êxito da governação autárquica «não pode ser o da quantidade de betão que contrata, da quantidade de festas e eventos que realiza, mas a satisfação dos direitos das pessoas e dos indicadores de igualdade e de coesão social, de sustentabilidade ambiental, de participação cidadã nas decisões e na vida da comunidade».
Por sua vez, Bárbara Xavier, psicóloga de 29 anos, concorre à presidência da Assembleia Municipal disse ser necessário «fazer da Guarda uma cidade para as pessoas todas, inclusiva, solidária e ecológica», onde a política possa ser discutida «na praça pública, sem propagandas ou medo». A bloquista quer também mais condições para fixar os jovens e disse ser necessário melhorar a mobilidade urbana e os transportes para as freguesias rurais. Outra jovem, Beatriz Realinho, de 20 anos, vai concorrer à Junta de Freguesia da Guarda como independente, enquanto Bruno Andrade é o primeiro candidato do BE a uma freguesia rural, a Vela. Para Catarina Martins, as candidaturas autárquicas do Bloco vão lutar «pela melhoria das condições de vida das pessoas» e por mais coesão territorial e social porque Portugal é «um país profundamente assimétrico onde toda a gente vive mal».
A líder bloquista considerou ainda que a falta de transportes coletivos no concelho é um fator de «enorme desigualdade» e acusou as autarquias de se comportarem como «gestores de negócios imobiliários» em vez de investirem «os fundos que existem, mais os que estão prometidos, na população, nos transportes que servem todos, na habitação, porque isso é uma garantia de investimento com retorno». Catarina Martins afirmou também que «a luta contra o conservadorismo é a luta pela liberdade, pois as questões da «igualdade por inteiro, da luta feminista, da luta antirracista e pelos direitos das pessoas LGBTQI+ dizem respeito a toda a gente».
Jorge Mendes diz que «é tempo» da Guarda mudar de protagonistas
Antigo presidente do IPG e atual líder distrital do Bloco de Esquerda concorre novamente à Câmara da Guarda para resolver «os problemas concretos» das pessoas