Política

André Ventura também quer acabar com as portagens

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Escrito por Luís Martins

Líder do Chega disse, na Guarda, que a decisão vai depender de «uma comissão» que vai avaliar os contratos de concessão

Há mais um candidato a prometer abolir as portagens nas antigas SCUT, como a A23 e A25. André Ventura, líder do Chega, veio à Guarda anunciar que quer acabar com a cobrança nas autoestradas de todo o país numa legislatura, a começar pelas do interior, e, pelas suas contas, a medida pode custar mil milhões de euros.
«Temos um estudo das Infraestruturas de Portugal, feito numa altura em que se discutia se fazia sentido ou não abolir as portagens, e apontava um valor entre 968 a 1.060 ou 1.070 milhões de euros como receita total», adiantou o candidato, sem referir a que estudo se referia. À chegada ao jantar/comício da Guarda, na quinta-feira, que contou com cerca de 200 pessoas, André Ventura acrescentou que a decisão vai depender do trabalho de «uma comissão» que possa avaliar os contratos de concessão. «O Estado terá que compensar a concessão que fez, uma vez que negociou mal», considerou o presidente do Chega, indicando que o Estado pagaria «pelos contribuintes esse valor de indemnização». E que há dinheiro para isso, tendo lembrado o excedente orçamental, que em janeiro foi de 1.177 milhões de euros.
No entanto, André Ventura ressalvou que «não podemos nacionalizar as estradas que são concessionadas. O que podemos é olhar para números e para contratos e fazer um compromisso com as pessoas de que estamos a trabalhar a sério nisto». Já no discurso, o líder do Chega afirmou que o problema da saúde no país é resultado da «brutal incompetência» do PS. «Se o PS tivesse um pingo de vergonha não se candidatava a estas eleições», sublinhou, considerando «inadmissível que no Hospital da Guarda se espere três anos por uma consulta. Em Seia, eram 1.412 dias para uma consulta de Oftalmologia em 2020», criticou numa intervenção com ataques à «esquerdalhada que está no Parlamento e que defende mais subsídios para quem não trabalha, ataques às polícias e a diminuição da autoridade, que defendem a bandalheira e a impunidade».
Já o cabeça de lista pelo círculo da Guarda, Nuno Simões de Melo, está confiante na sua eleição. O candidato defendeu um sistema de saúde «integrado», pensões «dignas» e escolas «que não estão cativadas pela ideologia dos socialistas». O candidato sugeriu também que «é preciso reter água» no distrito para a agricultura e reclamou um «eixo ferroviário» Aveiro-Guarda-Salamanca, enquanto o Porto Seco «parece que vai ser a resolução de todos os males do distrito». Disse também que o principal problema da habitação na região é que sejam necessários «seis meses a um ano» para obter uma licença para construir ou remodelar uma casa. «Se temos que esperar um ano já ninguém vem para a Guarda. É preciso lutar contra a burocracia e atacar as taxas e impostos», defendeu, repartindo culpas por PS e PSD pelo despovoamento do distrito. «Vamos ter que acabar com o bipartidarismo na Guarda, é hora de mudar e está nas vossas mãos», apelou, confiando que no domingo «só se gritará Chega nas ruas da Guarda».

Luís Martins

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