Vale a pena sonhar e… concretizar

Escrito por Ana Mendes Godinho

“A concretização deste projeto da nova Maternidade e Centro Pediátrico de referência regional deve ajudar-nos a perceber que os sonhos precisam de foco, liderança, convicção e mobilização para acontecerem.”

As Mulheres e os Homens sonham.
A obra nasce.
A nova Unidade Materno Infantil do Hospital da Guarda é o exemplo de uma conquista coletiva que mobilizou muitas Pessoas ao longo de décadas para que acontecesse.
A luta valeu a pena.
A nova Maternidade e o Centro Pediátrico estão concluídos e prontos e serão o “rolls-royce” da região Centro e do País, com condições de personalização e qualidade únicas no país (por exemplo, todas as Mães terão um quarto individual onde a família poderá acompanhar os primeiros dias da Criança).
Serão agora outros a cortar a fita, mas isso não interessa nada.
Está feito, pronto para servir as Pessoas.
Que maior prazer poderia um político ter do que servir as Pessoas?
A conclusão desta obra é simbólica em várias dimensões.
Desde logo porque demonstra que, contra muitos ventos e marés, foi possível, com foco, determinação e vontade política avançar com um investimento público decisivo para as Pessoas.
Porque demonstra que é possível ultrapassar mil e uma pedras do caminho quando sociedade civil e governo se juntam para cumprir o bem maior que as move.
Porque assume que a existência de uma Maternidade na Guarda é decisiva para fixar população e responde a uma necessidade de todo o distrito.
Este tem de ser um compromisso coletivo que não volta atrás e que honra todos os que por este investimento lutaram.
E neles não posso deixar de incluir o Movimento da sociedade civil MASMI e também os responsáveis políticos, locais e nacionais, que assumiram em diferentes momentos esta bandeira, sem nunca a baixar.
Os únicos ciclos de investimento em Saúde no distrito da Guarda ocorreram sempre durante os Governos do PS e com o envolvimento direto destas Pessoas. A Guarda e o Distrito sabem quem são; sabem quem travou as lutas.
Outros reduziram e encerraram. Nós construímos, requalificámos e abrimos equipamentos de Saúde.
Com problemas, evidentemente, mas indo sempre à luta para responder às populações.
A concretização deste projeto da nova Maternidade e Centro Pediátrico de referência regional deve ajudar-nos a perceber que os sonhos precisam de foco, liderança, convicção e mobilização para acontecerem.
A história das obras do Hospital da Guarda é uma boa lição que o atual Governo devia estudar.
Não vale a pena ficcionar que com planos de emergência miraculosos se resolvem os problemas da saúde, por exemplo.
Ou que, com parangonas de intenções, a magia acontece sozinha.
Só há magia quando se faz, quando se pensa estrategicamente, quando se dialoga, quando se ouve e constrói em conjunto, quando se seguem rumos com sentido.
A magia não cai do céu com marketing de intenções.
Não vale a pena tentar reescrever permanentemente, com azedume, a história porque isso não acrescenta nada à missão de servir as Pessoas e construir um país melhor.
É preciso… fazer.
Por isso é fundamental concluir todos os projetos em curso na ULS da Guarda, sem abrandar ou encontrar desculpas para parar.
São 22 milhões de investimento que estão a acontecer no terreno na ULS da Guarda e que não podemos deixar “congelar” como aconteceu noutros tempos, nomeadamente:
Abertura da Maternidade e Centro Pediátrico
Novo Centro de Saúde em Seia
Requalificação dos centros de Saúde do distrito e novas USF
Requalificação de um dos pavilhões do ex-Sanatório para reinstalar a Unidade de Saúde Familiar “A Ribeirinha”, que foi uma das pioneiras no país e tão bons indicadores tem sucessivamente apresentado
Remodelação do bloco de Psiquiatria e Saúde Mental

Façamos da nossa vontade a nossa voz e o nosso compromisso coletivo para que estes investimentos estratégicos se concluam e que a nova Maternidade, já concluída, abra rapidamente e que esta especialidade nunca, mas nunca, deixe de existir no Hospital da Guarda, para servir as populações da Estrela ao Douro.
Cá estaremos para lutar sempre.
Lembremos quem governa que servir o País implica humildade para ouvir, vontade de resolver realmente os problemas, visão para encontrar novas respostas, responsabilidade na gestão do bem público, capacidade de sonhar e concretizar.
Não nos embalem porque não estamos a dormir.

* Deputada do PS na Assembleia da República eleita pelo círculo da Guarda

Sobre o autor

Ana Mendes Godinho

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