Poder de compra e qualidade de vida

“Resumindo, o poder de compra não faz uma pessoa ser melhor ou pior, inferior ou superior, embora a sociedade de consumo nos empurre para esta ideia de sucesso.”

Hoje vou falar sobre os desafios do poder de compra na nossa sociedade de consumo.

Quando dei início a esta temporada sobre Viver Melhor com menos (já vamos no episódio nº 21), um vizinho aqui da RUA perguntou-me se isto era algum programa humorístico.

Confesso que não entendi o alcance da piada e só me caiu a ficha muito tempo depois.

De facto, quando se acha que se vive com pouco, falar em viver melhor com menos até soa a piada de mau gosto.

Mas isto do pouco é muito relativo. Vejam só este exemplo:

Eu tenho 3 irmãos. De todos, eu sou a mais velha e o meu salário distingue-se por ser o mais pequeno.

Ter menos poder de compra que os meus irmãos, dava-me a sensação de ter fracassado na vida até ter descoberto o que mais importa.

O que me fez o clique, foi ter percebido que trabalhar por conta própria me permitia ter uma liberdade incrível e comecei a dar muito mais valor à qualidade de vida que o meu trabalho me proporcionava.

Por outras palavras, passei a dar valor ao que tinha e deixei de fazer comparações que me faziam sentir mal.

A ideia de se ter muito ou pouco, tem a ver com as nossas expetativas e com aquilo que cada um entende por ser suficiente.

Salários altos, vidas caras. Salários mais baixos, vidas mais em conta.

Tudo na devida proporção, a única diferença destas vidas está no leque de escolhas e nos sacrifícios que cada um está disposto a fazer para estar em determinado patamar (vou desenvolver este ponto para a semana).

O segredo é saber tirar partido do que se tem. Viver com dignidade é uma coisa, alimentar um estatuto social, é outra.

Conhecem a expressão quem não tem cão, caça com gato?

É isso mesmo. Não há orçamento para ir a restaurantes XPTO, vai-se a outros do nosso campeonato e faz-se a festa à mesma! Não há orçamento para se fazer aquela viagem de sonho, vai-se para mais perto, mas vai-se!

Resumindo, o poder de compra não faz uma pessoa ser melhor ou pior, inferior ou superior, embora a sociedade de consumo nos empurre para esta ideia de sucesso.

Ter um orçamento limitado é normal.

Fazer escolhas conscientes maximiza o nosso poder de compra e permite-nos usufruir de um bem-estar, que comparando com quem tem menos, pode ser um verdadeiro luxo.

Olha e tu? Precisas de muito para ter qualidade de vida?

Sobre o autor

Catarina Flor de Lima

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