Por farsa, vai a tonta
No louvor pela ditadura;
Vai estrepitosa, e bem segura.
Lenine na cabeça a potes,
O resto em berço de prata,
Pinta de fina escarlata,
Estalinhos de chicotes;
Traz a polícia os motes,
Mais tranca que leve cura.
Vai rancorosa, e bem segura.
Descobre que muita garganta
Cabe em celas trancada,
Revolução de cor encarnada,
Tão falsa que o mundo espanta.
Chove dela farsa tanta,
Que dá graças à ditadura.
Vai oficiosa, e bem segura.
* O autor escreve de acordo com a antiga ortografia