Quando há algum tempo, neste mesmo espaço, escrevia sobre o comportamento do PSD Guarda, do mau que era bom, muitos terão pensado que eram exageros meus.
Era a fase em que a maioria municipal, os órgãos políticos do partido laranja, atacavam o Governo porque o Pavilhão 5 do hospital não avançava, a Unidade de Emergência Proteção e Socorro da GNR, afinal, não vinha para a Guarda, ia para Coimbra, que o Centro Nacional de Educação Rodoviária ninguém sabia o que era, que a Ferrovia era só propaganda, o Centro de Saúde, ou o troço do IC6 em Seia eram mais um truque socialista, etc.
Era o tempo do discurso de negação tão típico do PSD. Quanto menos se investir na Guarda, mais motivos há para criticar o Governo e atacar o PS. Só que a realidade é bem diferente da narrativa da desgraça que nos queriam impingir. E voltam à tática do cuco, fingindo serem seus investimentos e projetos que vão reforçar a capitalidade e importância regional da Guarda.
A notícia da página 5 de O INTERIOR, de 14 de abril, é uma mistificação feita de publicidade enganosa do senhor presidente da Câmara. Quem lê «está desbloqueada a instalação na Guarda do Comando Nacional da Unidade de Emergência Proteção e Socorro, UEPS, da GNR, cujo estandarte deve ser entregue brevemente à cidade. O Presidente da Câmara anunciou…» fica com a ideia que se trata de uma conquista da autarquia e é devida à proposta do município.
Uma coisa é a Câmara colaborar com o Governo, outra, bem diferente, é a decisão política de instalar serviços na cidade. A responsabilidade dessa decisão é, exclusivamente, do Governo. Com que então a UEPS da GNR já não vinha para a Guarda, ia para Coimbra?
Se alguma coisa se conclui deste episódio é a falta que fazem os Governos Civis na ligação do território, dos distritos, aos vários Ministérios, evitando mal-entendidos, meias verdades, chico-espertismo. Alheio ao clima de autêntica guerra civil que se vive no PSD Guarda, o Governo continua a cumprir o seu programa de investimentos no distrito. Dia 2 de Maio será aberta ao tráfego a Linha da Beira Baixa, Guarda-Covilhã, depois de obras de milhões de euros, com novo material circulante, eletrificação da via e a concordância das Beiras a possibilitar a ligação direta da Linha da Beira Alta – já em obras ou em concurso, no nosso distrito – para a Linha da Beira Baixa.
A Câmara da Guarda, mais preocupada com a guerrilha partidária, está mais uma vez desatenta e não soube defender os interesses da população do concelho que utiliza o comboio e a nova linha. Há serviços, horários, composições, que não se compreendem e importa corrigir.
Nesta semana de abril da Liberdade e de maio da Justiça Social, o Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal é o primeiro oficialmente apresentado à Comissão em Bruxelas. Candeia que vai à frente…
*Deputado do PS na Assembleia da República eleito pelo círculo da Guarda