Ainda que à primeira vista pareça fácil a distinção entre um organismo vivo e um que não o é, torna-se complicado encontrar uma definição de ser vivo que se aplique com exatidão à multiplicidade de formas vivas do nosso planeta (e apenas a elas).
No âmbito da Biologia, têm sido propostas, ao longo do tempo, diferentes definições com diferentes graus de aceitação no seio da comunidade científica.
Uma dessas definições, por exemplo, propõe que a vida existe em todos os organismos capazes de evoluir através da seleção natural. Contudo, esta definição permite incluir os vírus no conjunto de seres vivos, classificação que muitos cientistas rejeitam taxativamente, pelo facto de estes organismos carecerem de metabolismo e capacidade desenvolvimento.
A definição mais aceite talvez seja a que permite incluir entre os seres vivos as arqueas, as bactérias, os fungos, as plantas, os protistas e os animais. Todos eles partilham a característica de ser conjuntos de moléculas com uma estrutura bem organizada e equilibrada, que interagem com o meio ambiente, cumprem certas funções básicas, desenvolvem-se, adaptam-se, podem reproduzir-se e mais cedo ou mais tarde morrem.
De forma a identificar o início da vida na Terra, os cientistas recorreram ao aparecimento das primeiras moléculas orgânicas. Apesar de existir também uma polémica em torno da distinção entre moléculas orgânicas e inorgânicas, conseguiu-se chegar a um consenso relativo para definir os compostos orgânicos como aqueles que possuem carbono com ligações de hidrogénio. Existiriam, então, quatro tipos diferentes de biomoléculas, com composição química diferente: glúcidos, lípidos, proteínas e ácidos nucleicos.
Regista-se um acordo generalizado entre os cientistas que diz que as condições para que a vida emergisse no planeta Terra começaram a surgir há, aproximadamente, 4.400 milhões anos.
Durante os primeiros 600 milhões de anos da história do planeta Terra formaram-se os compostos químicos iniciais que viriam a ser a base para o aparecimento dos primeiros seres vivos.
Miller e Urey projetaram um aparelho no qual simularam algumas condições da atmosfera da Terra primitiva. A experiência consistiu, basicamente, em submeter uma mistura de metano, amoníaco, hidrogénio e água a descargas elétricas de 60.000 volts.
A experiência de Miller e Urey é a primeira demonstração de que moléculas orgânicas podem formar-se espontaneamente a partir de substâncias inorgânicas simples, em condições ambientais adequadas.
Há aproximadamente 3.500 milhões de anos começa a ocorrer no fundo dos oceanos acumulação de óxido de ferro que, com o passar dos anos, permitiu a formação de recifes de estromatólitos. Esta é a evidência mais antiga de vida na Terra e ainda mantém a sua linha evolutiva.
Por se tratar da unidade básica da vida, a célula tem funções de reprodução, nutrição e relação. Relaciona-se com o meio captando estímulos simples e reagindo em função dos mesmos. Para se reproduzir, fá-lo recorrendo à divisão celular, e a nutrição é efetuada pela incorporação de matéria e energia para manter as suas estruturas celulares e realizar as suas funções vitais.
Há aproximadamente 540 milhões de anos iniciou-se o desenvolvimento da vida pluricelular. Então, as primeiras plantas e animais pluricelulares, tais como as medusas e os braquiópodes, surgiram como resultado da mutação e da adaptação ao meio, aumentando assim, consideravelmente, a diversidade marinha. Pode dizer-se que tudo começou no mar.