Expor com veemência os sentimentos, demonstrar vigorosamente a dor, exibir despudoradamente o corpo, cantar mais alto que todos os outros no coro da igreja, cumprir uma extravagância inimitável no vestir, elevar o patamar das tatuagens ao rosto, desancar sem freio os outros na rede social, tudo isso é um problema comportamental. Estamos longe de encontrar fórmulas de normalidade, comprimidos que igualizem pessoas, e isso até parece ser bom. Todos como soldados em ordem unida chegando ao trabalho, é uma imagem que me revolta. Por outro lado, imaginem uma formiga de guitarra na mão naquele carreiro. Imaginem um boi cavalo, de vestido rosa, no meio da manada. Distinguirmo-nos da ordem, salientarmo-nos no cardume, são formas de exibição. Olham para nós os outros incrédulos, ou espantados, mas chocam-se com o excesso. O problema está em ser o quanto nos agrada, antes de ser aberrante. Há alcoolismo triste, sentado sozinho e há o seu inverso, de voz alta, em preparos libertos, e autoridade insana. Um dia descobriremos o botão destes comportamentos.
O exibicionismo
” Estamos longe de encontrar fórmulas de normalidade, comprimidos que igualizem pessoas, e isso até parece ser bom. Todos como soldados em ordem unida chegando ao trabalho, é uma imagem que me revolta.”