Pelo transporte público gratuito

“enquanto se esperam soluções sustentáveis e opções estratégicas – como a mecanização (tapetes rolantes, elevadores ou ascensores urbanos, etc) ou a mobilidade elétrica (autocarros e miniautocarros elétricos e, como aqui já defendi muitas vezes, devíamos retomar o projeto do monorail, para ligar a parte baixa à zona alta da cidade…) – o caminho faz-se captando pessoas e mobilizando os mais jovens para usarem o transporte público”

1. A Câmara da Guarda vai pagar o transporte de estudantes do concelho até ao 12º ano. É uma medida que irá custar menos de meio milhão de euros, mas que tem um enorme impacto. E não é apenas pelas dificuldades com que as famílias estão a conviver com a inflação e as despesas do dia a dia. A oferta do passe aos alunos irá contribuir para fomentar a utilização do transporte público, criar o hábito nos jovens de se deslocarem nos transportes coletivos, é uma medida sustentável e ambientalmente eficiente. E espera-se que a medida possa também ser alargada aos estudantes do ensino superior. E aos idosos. E a todas as pessoas…
A Guarda tem enormes dificuldades de mobilidade, desde logo por ser uma cidade de montanha, com uma orografia difícil e com enormes nuances de relevo, onde o carro é obrigatoriamente o meio de transporte utilizado pela generalidade das pessoas, depois de anos de desinvestimento na rede pública de transportes. Por isso, e enquanto se esperam soluções sustentáveis e opções estratégicas – como a mecanização (tapetes rolantes, elevadores ou ascensores urbanos, etc) ou a mobilidade elétrica (autocarros e miniautocarros elétricos e, como aqui já defendi muitas vezes, devíamos retomar o projeto do monorail, para ligar a parte baixa à zona alta da cidade…) – o caminho faz-se captando pessoas e mobilizando os mais jovens para usarem o transporte público. A gratuitidade deste serviço será óbvia no futuro, a Câmara da Guarda deu um primeiro passo dos muitos que terá que dar nos próximos tempos. Ao contrário do regabofe que por aí vai de dinheiro mal gasto em festas e subsídios, este é um investimento estruturante e um caminho essencial para o futuro.
2. Joaquim Brigas tomou posse para o segundo mandato como presidente do Instituto Politécnico da Guarda e, enquanto fazia o balanço do mandato anterior, destacou a energia que o IPG conquistou com a sua presidência, recordando algumas das mudanças preconizadas nos últimos anos, desde o aumento de novos alunos até à abertura de novos cursos e a aposta na internacionalização. O presidente do IPG evidenciou a aposta do Politécnico como instituição de conhecimento e motor de desenvolvimento regional. O Politécnico da Guarda é hoje, com diferença, a instituição mais relevante, o agente mais mobilizador e a organização mais dinâmica do distrito da Guarda. E a essência e o âmago de qualquer réstia de esperança para o futuro dos nossos territórios.
Ao olharmos para trás, e recordando que o IPG era uma instituição a definhar, não podemos deixar de dar os parabéns a Joaquim Brigas e a toda a academia guardense pela forma como a instituição recuperou o prestígio e volta a ter futuro, com ele, e com todos os que ali trabalham: os dirigentes, os professores, os investigadores, os funcionários ou os alunos.
3. A Assembleia da República aprovou um voto de louvor à Rádio Altitude pelo seu 75º aniversário. Por proposta dos deputados do distrito da Guarda, António Monteirinho e Cristina Sousa, do PS, e João Prata, do PSD, o voto foi aprovado por unanimidade, com a Assembleia da República a manifestar reconhecimento a todos os responsáveis e colaboradores que ao longo de 75 anos deram o seu contributo na defesa da cultura, da democracia e da responsabilidade cívica na construção de uma comunidade regional mais rica, informada e participativa. Aos 75 anos, a Rádio Altitude foi reconhecida pela Assembleia da República como instituição de referência nacional, um património da Guarda e da região das Beiras, uma casa de cultura e da democracia construída por todos os que ao longo de 75 anos por ela passaram. Parabéns a todos!

Sobre o autor

Luís Baptista-Martins

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