Apesar de ter ganho o Man Booker Prize International, nunca li nada de Olga Tokarczuk mas adoro as mulheres polacas – a sua beleza, sensibilidade e ternura são singulares. Todas as vezes que fui à Polónia fiquei inebriado e, até por isso, não duvido que Olga Tokarczuk seja uma escritora fascinante – vou ter que ler!
Já Peter Handke é um dos autores contemporâneos mais provocadores por quem aprendi a ter uma estima venerável mesmo não partilhando as suas ideias e a forma como interpreta a atualidade – mas, precisamente, como uma vez me disse Eduardo Lourenço, devemos saber como pensam e o que escrevem os que estão nos nossos antípodas para podermos meditar sobre nós e sobre a nossa capacidade de conviver com quem pensa de forma diferente de nós; sobre a liberdade e a liberdade de expressão… Ler Handke também é isso: é descobrirmos, lendo, o que não somos.
Naquela que ficará marcada como a edição de #recuperação” do prestigio dos Prémios Nobel, na centenária edição do mais relevante galardão literário do mundo, num momento de esperada e anunciada renovação da Academia sueca depois do escândalo por abusos sexuais perpetrados por Jean-Claude Arnault, que terá abusado sexualmente de 18 mulheres, marido da académica Frostenson, de quem este teria sabido antecipadamente os nomes de premiados. A Academia tenta agora reerguer-se dessa enorme polémica…
Entretanto, os livros dos laureados serão procurados nas livrarias e mais gente irá ler – pelo menos isso será importante!
E o Lobo Antunes continuará à espera…