Desde que a humanidade ergueu cidades e delineou fronteiras, sempre houve a necessidade de contar, registar e partilhar histórias. Da pedra cinzelada aos pergaminhos, das praças públicas aos jornais impressos, a imprensa moldou o pensamento e tornou-se o reflexo da sociedade, captando cada detalhe da vida quotidiana, desde as grandes revoluções até às pequenas conquistas de uma comunidade.
Na era do “doomscrolling” e do “swiping”, onde a informação se multiplica numa velocidade inquietante, surgindo e desaparecendo com a mesma rapidez, a imprensa regional e local continua a ser um dos últimos bastiões da memória coletiva. Se os “grandes” jornais falam do mundo, também localmente o fazem e especialmente falam de nós, das nossas ruas, das nossas gentes, dos feitos que constroem silenciosamente a identidade de uma região! São eles que iluminam as histórias anónimas e dão palco aos protagonistas que, de outra forma, passariam despercebidos.
O jornal O INTERIOR faz 25 anos! Um quarto de século a narrar, a dar voz, a registar, a desafiar. No meio de um mundo onde os jornais fecham portas, onde a atenção se dispersa entre tantas plataformas, O INTERIOR tem sido um exemplo de resiliência, adaptando-se ao novo equilíbrio entre o papel e o ecrã, entre a tradição e a modernidade. Numa Comunidade Intermunicipal da Região Beiras e Serra da Estrela, onde cada pedra tem uma história para contar, este jornal não é apenas um arquivo de notícias, é um guardião da identidade. É a continuidade da história, da nossa história. É a garantia de que os desafios políticos, as manifestações culturais, os avanços sociais e as conquistas desportivas encontram eco e permanência que contribuem para o conhecimento e coesão territorial.
Se a liberdade de imprensa é um dos pilares da democracia, a imprensa local é a sua expressão mais autêntica do povo. Num tempo em que a má utilização da IA e as “fake news” se espalham como verdades absolutas e em que muitas narrativas são moldadas por interesses económicos e políticos, proteger um jornal independente, que se dedica a relatar factos com idoneidade, é mais do que uma necessidade, é uma urgência. Acreditar na imprensa livre é acreditar numa sociedade informada, consciente e preparada para enfrentar o futuro.
Mas um jornal não vive apenas de jornalistas e tipografias. Vive das histórias que se contam, das vozes que se levantam, das colaborações e do compromisso dos seus leitores. Apoiar a imprensa local é mais do que um ato de consumo de notícias ou ideias; é um dever cívico; um laço de identidade com a própria terra. Cada artigo lido, cada subscrição feita, cada partilha de um texto relevante é uma afirmação de que a voz da região continua viva, resistente e necessária.
Que nunca falte o papel que ampara as palavras, nem a ousadia para escrevê-las. Que nunca nos falte a imprensa que nos recorda quem somos. Porque um jornal local será sempre o grito da liberdade e o âmago de um povo. Parabéns ao jornal O INTERIOR!
Imprensa Local: a essência da Comunidade
