Fazer em público

“De cada vez que o governo socialista decreta a sua paixão por qualquer coisa pública, o resultado é quase sempre o mesmo: o povo percebe que o melhor é privar-se do que é público, e recorrer publicamente ao privado.”

António Costa e o seu governo são como aquelas pessoas que afirmam publicamente o seu amor pelo cônjuge (nesta alegoria, os serviços públicos) mas enchem de mimos, às escondidas, a pessoa com quem têm um caso extraconjugal (aqui, os serviços privados).
As escolas públicas parecem ser óptimas, mas os professores, que já eram mandriões e um pouco burros, agora também são racistas.
Os hospitais públicos, que aparentam ser uma maravilha, têm médicos que são ingratos, pouco profissionais e até um bocado gananciosos.
Os transportes públicos até são incríveis, mas quem os conduz nunca está satisfeito, e de caminho, muitas vezes não está disponível para levar as pessoas de um lugar para outro.
Os aviões públicos são mesmo espectaculares, embora pareça que, agora, a melhor maneira de os salvar é vendê-los a empresas privadas.
Os funcionários públicos, que asseguraram ao primeiro-ministro estabilidade no emprego, não receberam um retorno semelhante, e há quem afirme que se sentem insatisfeitos e menos empenhados.
Os serviços públicos, outrora um orgulho da nação, dão a sensação de estarem mais destrambelhados.
As opiniões públicas, que em tempos já foram do melhor, agora diz que andam a azedar.
De cada vez que o governo socialista decreta a sua paixão por qualquer coisa pública, o resultado é quase sempre o mesmo: o povo percebe que o melhor é privar-se do que é público, e recorrer publicamente ao privado.

* O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

Sobre o autor

Nuno Amaral Jerónimo

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