dvátsat’ dva

Escrito por Diogo Cabrita

“A Ucrânia é de um tamanho bestial, com um povo aguerrido e lutador e serve há centenas de anos os equilíbrios dos impérios. Os turcos, os russos, e os austro-húngaros, sempre usaram a Polónia e a Ucrânia como muletas.”

Imaginem a guerra lá longe. Chegarão perto de nós os preços que mudam, as alterações nos negócios, as notícias dos mortos e os movimentos de tropas da Europa central. A guerra lá longe tem incontáveis refugiados mais perto. A guerra na Europa pode começar nesse dia emblemático que é 22/02/2022. Em russo é o dia “dvátsat’ dva”. Os americanos estão em retirada rápida do pessoal e todos os países do Ocidente os seguiram numa imagem clara de que condenam a Ucrânia à sua sorte. A Ucrânia é de um tamanho bestial, com um povo aguerrido e lutador e serve há centenas de anos os equilíbrios dos impérios. Os turcos, os russos, e os austro-húngaros, sempre usaram a Polónia e a Ucrânia como muletas. O que os separa? Razões selvagens como a ideia de fronteiras, de domínios, de hegemonias. Somos feitos dessa bafienta vaidade, desse conceito nacionalista, dessa tradição que uns gostavam de adormecer, mas os equilíbrios de poder, dinheiro, fama, perpetuarão. O mundo é desses desenhadores de espaços, desses mapas que matam milhões para manter alguns na distribuição que está na balança dos controladores. O 2 é símbolo de maternidade e o 22 de poder, dizem os que gostam de analisar números. A “mãe” Rússia carece de poder. Estamos outra vez na encruzilhada de 2014 com a invasão da Crimeia. Foi então a 24 de fevereiro, mas agora pode ser a 22 e será mais musculada. A Ucrânia é como a criança que tocou guitarra e agora tem de ser formiga. Não quer! A Rússia é como a Rainha apeada, quer voltar!

Sobre o autor

Diogo Cabrita

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